Pequenas coisas podem, por vezes, causar grandes danos a uma missão. A tripulação da Apollo 15 quase colocou em risco sua carreira pelo contrabando de selos postais.
Trazer itens colecionáveis não era novidade para os astronautas. A própria Apollo 15 levava, oficialmente, 250 envelopes com emissão especial, obliterada pelo comandante Dave Scott na lua.
Mas o comerciante de memorabilia Walter Eiermann viu o imenso potencial de vendas e convenceu os tripulantes a levarem mais selos do que os autorizados. O comandante Scott e seus pilotos Al Worden e Jim Irwin receberiam U$ 7 mil e teriam mais 100 selos para vender após a missão.
As peças não foram documentadas, contrariando a praxe em missões espaciais. É difícil acreditar que elas tenham passado despercebidas, apesar da alegação de inocência da tripulação. Uma viagem para a lua não é tão simples quanto arrumar a mochila e passar um final de semana na praia. Cada item é pesado e registrado, para evitar excesso de peso.
Os selos clandestinos - O plano corria bem, até Eiermann começar a ofertar, no mercado europeu, as peças obliteradas, por U$ 1,5 mil cada, chamando a atenção das autoridades americanas. Os astronautas tentaram recuperar as peças. Mas era tarde: a Nasa chegou primeiro. A agência também confiscou 298 dos 300 selos que estavam com a tripulação. Aparentemente, dois haviam sido destruídos antes de a crise vir à tona.
Da lua para a geladeira - Os astronautas devolveram os U$ 7 mil, mas a pressão da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar o incidente levou a Nasa a suspendê-los da função de astronautas. Ele foram forçados, ainda, a assinar um acordo prometendo não levar mais memorabilia ao espaço sideral para obter lucros pessoais.
O estrago, porém, já estava feito. Scott e Irwin foram transferidos para outros centros da Nasa antes de se aposentarem, e Worden retornou para o quadro ativo da Aeronáutica, por um curto período.
Para prevenir incidentes similares, a Nasa editou novas regras sobre o que os astronautas poderiam levar para o espaço e estipulou que os itens dos kits pessoais não poderiam ser divulgados até a aposentadoria. Os astronautas também assinam termo de compromisso garantindo que não doariam os souvenirs do espaço. A venda é expressamente proibida. (Fonte: http://blog.correios.com.br).