Os Correios lançam neste domingo (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, na cidade de Recife/PE, um bloco (de emissão especial) composto de quatro selos, que destacam espécies da fauna marinha: Águas-vivas (Pelagia sp e Phyllorhyza punctata), Lulas (Sepioteuthis sepioidea), Polvo (Octopus insularis) e Estrelas-do-mar (Oreaster reticulatus). O bloco Ilustra o habitat dessas espécies como: algas, corais e fundo de areia, além de outros habitantes naturais, como os peixes. No canto inferior direito, a logomarca da Exposição Filatélica Internacional no Japão – Philanippon 2011, a ocorrer em Yokohama, no período de 28/7 a 2/8/2011. Na composição da peça filatélica, o artista Anderson Moreira Lima utilizou as técnicas do desenho com lápis de cor em papel Canson e computação gráfica.
Foram impressos 200 mil blocos, com valor facial de R$ 2,70 cada selo (R$ 10,80 o bloco). A peça filatélica pode ser adquirida nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).
HISTÓRICO
A costa brasileira possui mais de 8 mil quilômetros banhados pelo Oceano Atlântico e oferece uma rica rede de ecossistemas, indo de regiões tropicais às subtropicais. Ao longo de sua extensão, possui características bem diversas, abrigando igualmente uma rica variedade de fauna marinha. Dentre os tipos de animais marinhos temos as águas-vivas, as lulas, os polvos e as estrelas-do-mar, das quais destacamos as respectivas espécies: Pelagia sp e Phyllorhiza punctata, Sepioteuthis sepioidea, Octopus insularis e Oreaster reticulatus.
Pelagia sp e Phyllorhiza punctata – espécies de águas-vivas, possuindo corpos de consistência gelatinosa e delicada, são, na verdade, predadores vorazes. Com seus tentáculos longos, armados com milhares de pequenas estruturas denominadas cnidas, capturam peixes e pequenos organismos marinhos. Embora temidas por nós, a maioria das espécies é inofensiva para o ser humano, como é o caso da Pelagia sp., Phyllorhiza punctata e muitas outras. Os indivíduos adultos de ambas as espécies são relativamente grandes (até 50 cm de diâmetro) e possuem 8 braços orais. A Phyllorhiza punctata, cujo corpo é marrom salpicado de pontos brancos, pode ser encontrada próxima à costa, muitas vezes encalhada nas praias. É comum em águas quentes no mundo todo. As espécies de Pelagia têm coloração mais sutil, seus corpos são translúcidos, com pigmentação azulada ou avermelhada. São comuns em águas oceânicas tropicais e subtropicais do globo.
Sepioteuthis sepioidea – espécie de lula tropical de águas rasas, conhecida como lula recifal. É identificada pelo formato oval do corpo e pelas nadadeiras, que ocupam quase toda a margem lateral do manto. Como a maioria das lulas, é uma predadora voraz. As presas, como peixes, moluscos e crustáceos, são capturadas pelos seus dois longos tentáculos, sendo levadas até à boca com a ajuda dos braços mais curtos. As lulas recifais possuem capacidades de comunicação e camuflagem, utilizando mudanças variadas de cores, formatos e texturas do corpo, por meio do controle nervoso de células com pigmentação, chamadas cromatóforos. Como outros cefalópodes (classe de moluscos marinhos), morrem após a reprodução, as fêmeas, imediatamente após colocarem os ovos. Já os machos podem fertilizar muitas fêmeas em um período curto de tempo, antes de morrer. Octopus insularis – espécie de polvo descrita recentemente (2008), é a mais comumente encontrada nas águas rasas das ilhas oceânicas do nordeste brasileiro e, também,nem ambientes rochosos e sistemas recifais da costa nordestina até a Bahia. Polvo de porte médio (cerca de 1 Kg), caracterizado pelos braços curtos e grossos e cabeça larga. Possui a pele rugosa e a presença de papilas, com a coloração no ambiente natural variando de marrom ao vermelho-amarronzado. É uma espécie carnívora, que se alimenta, principalmente, de pequenos crustáceos, bivalves e gastrópodes. Seu ciclo de vida é curto (6 meses a 1 ano). A fêmea cuida dos embriões e morre após a eclosão dos ovos. Os machos morrem após a reprodução. Os polvos vêm se constituindo num importante recurso pesqueiro no Nordeste do Brasil, principalmente nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, pois possuem diversas características biológicas, nutricionais e econômicas, que os apontam como um recurso pesqueiro propício a sustentar pescarias rentáveis e sustentáveis em longo prazo. Oreaster reticulatus – espécie de estrela-do-mar, que pode ser encontrada ao longo de toda a costa brasileira, à exceção do Rio Grande do Sul. Habita áreas rasas de fundo arenoso ou banco de fanerógamas (plantas que produzem flores e sementes), podendo também ser encontrada em substrato lamoso característico de manguezais e áreas próximas a recifes. É um animal onívoro micrófago (alimenta-se de pequenas partículas), podendo comer desde algas filamentosas, diatomáceas e detritos, a ouriços, pepinos-do-mar, larva de caranguejo, poliquetas, copépodas e tecidos de esponjas. Predador, devora, inclusive, animais da mesma espécie e é presa de peixes e gastrópodos (grande classe de moluscos). Possui importante uso medicinal, apresentando papel terapêutico importante. É bastante comercializada para a aquariofilia e como objeto decorativo. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, por meio da Filatelia, destaca a riqueza da fauna marinha e sua biodiversidade, ratificando a importância da preservação e proteção do ecossistema em mares e oceanos.