Nesta emissão de selo postal, que perpetua a Série Relações Diplomáticas, que os Correios lançam na próxima segunda-feira (28) nas cidades de Brasília/DF e Damasco/Síria, é focalizada a Síria, apresentando a peculiar cidade de Maalula, e, também, pontos turísticos consagrados do Brasil, situados na capital carioca: o Cristo Redentor, o Calçadão e o Forte de Copacabana. A história da emigração da Síria para o Brasil começou em 1865, devido às difíceis circunstâncias econômicas do país, naquela época. Esses emigrantes se integraram facilmente na sua nova sociedade, dada a similaridade de temperamento e comportamento entre as culturas árabe e latina, e contribuíram para o desenvolvimento do novo país, principalmente na atividade comercial. Eles construíram, no Brasil, sua própria base cultural, estruturada em grupos literários que tiveram grande influência em seu país de origem, especialmente os emigrantes que se fixaram na comunidade de Andaluzia, em São Paulo. A partir de então, surgiram muitos intelectuais, escritores e artistas. As relações entre o Brasil e a Síria têm se fortificado permanentemente, e, desde 2003, se solidificaram nos níveis governamental e econômico. Ambos os países decidiram otimizar a cooperação bilateral, estabelecendo um acordo para desenvolvê-la em várias áreas, especialmente na área postal.
Sobre o selo: No selo, à esquerda, são retratados três aspectos do Rio de Janeiro, símbolos de lazer para os turistas e população carioca. Em primeiro plano, na parte central, a Baía da Guanabara, com o imponente Pão de Açúcar. No canto esquerdo, a estátua do Cristo Redentor, eleita uma das sete maravilhas do mundo moderno, de braços abertos, num gesto de acolhimento, típico da hospitalidade brasileira. Na parte inferior direita, o Calçadão de Copacabana, com suas caprichosas ondas, desenhadas com pedras portuguesas formam um belo mosaico. No canto esquerdo, são mostradas imagens parciais do Forte de Copacabana, ícone de um passado rico em episódios políticos, transformado, nos anos 80, em centro mantenedor da memória militar, sede do Museu Histórico do Exército, importante polo de difusão cultural. No selo, à direita, é apresentada a Síria, na beleza rústica de Maalula, antiga cidade montanhosa, situada a noroeste de Damasco. Sua população ainda fala o aramaico. Ao centro, em faixa transversal, as bandeiras nacionais do Brasil e da Síria, com flores (orquídeas/Laelia purpurata sanguínea por Anselmo Hoff e Laelia purpurata venosa por Hardt, considerada a rainha do Brasil e jasmins brancos/Jasminum grandiflorum, símbolo de Damasco, que representa pureza, suavidade virtude e honestidade) nas extremidades, simbolizando o elo entre os dois países, no contexto da emissão conjunta. O design ficou a cargo do artista Luciomar S. de Jesus, que utilizou a técnica de desenho com tinta PVA sobre papel. Serão emitidos 300 mil selos, com valor facial de R$ 2,00 e poderá ser adquirido nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).
HISTÓRICO: MAALULA ; Maalula fica a cerca de 50 quilômetros à noroeste da capital da Síria, Damasco, na altitude de 1.500 metros. A palavra Maalula significa, em aramaico, “o mais alto ponto do ar fresco”. Data da rica era bizantina, e é considerada uma cidade religiosa, desde que se tornou sede de bispado, o que perdurou até o século XVII, ficando conhecida como a cidade dos bispos. Os habitantes de Maalula, muçulmanos e cristãos, ainda se expressam em aramaico, língua falada originalmente pelos cristãos, além do árabe. O primeiro mosteiro de Maalula, em honra à São Sarkis, foi construído no século IV no mesmo estilo das primeiras igrejas bizantinas. Sarkis, que se fez mártir, foi um dos primeiros aristocratas daquela região da Síria, durante o reinado do imperador romano Maximiano, no ano 297. O convento de Santa Tecla é o segundo monastério de Maalula. Santa Tecla viveu nele depois de ter escapado da tirania de Roma. O mais interessante é o fluxo de energia que passa pelo monte de Santa Tecla, onde está localizado o convento. Lá as pessoas vão buscar bênçãos, saúde, pureza e clareza, por meio da água da fonte que lá existe.
Cristo Redentor
O Cristo Redentor, um ícone do turismo nacional e internacional, é uma visão deslumbrante que encanta a todos na cidade do Rio de Janeiro, eleito uma das 7 novas maravilhas do mundo, e, de braços abertos, recebe a todos os cariocas e visitantes que chegam à Cidade Maravilhosa.
O monumento está situado a 710 metros acima do nível do mar, com uma magnífica vista panorâmica da cidade. A estátua mede 38 metros, sendo 8 metros de pedestal. A pedra fundamental foi lançada no dia 4 de abril de 1922, e sua inauguração ocorreu em 12 de outubro de 1931. Em 1923, foi lançado um concurso para escolher o projeto da estátua, sendo contemplado o projeto do engenheiro Heitor da Silva Costa. A estátua foi desenhada pelo artista plástico Carlos Oswald. O francês Paul Landowsky foi contratado para a execução da cabeça e das mãos, onde as habilidades de um escultor eram fundamentais. De uma imagem de Jesus com uma cruz na mão esquerda e um globo na mão direita, Heitor da Costa repensou o projeto com o Cristo de braços abertos, representando a cruz na própria estátua. Em 1924, Heitor da Costa foi à Europa com a maquete final, e conheceu Landowsky e Alberto Caquot, que também trabalharam nos cálculos estruturais, para garantir a estabilidade do monumento, pelo seu tamanho e para resistir ao vento.
Calçadão de Copacabana
O bairro de Copacabana teve sua orla marítima urbanizada a partir de 1904, mas as intervenções já vinham se efetuando desde 1893, na Avenida Atlântica. O início de sua construção ocorreu no começo do século XX, originalmente com seis metros de largura, passando depois a doze metros de largura. As ondas do calçadão de Copacabana foram inspiradas no desenho de pedras portuguesas, denominado “Mar Alto”, que decoravam a Praça do Rossio, em Lisboa. As pedras foram importadas de Portugal. Burle Marx, artista plástico e paisagista brasileiro, fez o desenho das ondas em 1969. O paisagista alongou as curvas com uma certa leveza, diferenciando-as do modelo inicial, que não previa a continuidade das ondas do mar, e cujas curvaturas eram menos acentuadas.
Forte de Copacabana
Concebido para fazer parte do sistema defensivo do porto da cidade do Rio de Janeiro, o Forte de Copacabana, é, hoje, um dos mais importantes sítios históricos da paisagem carioca. O local escolhido para sua construção, o chamado promontório da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, consistia numa região cujos rochedos avançavam contra o mar, na direção da entrada da Baía da Guanabara, sendo, portanto, o ideal para posicionar canhões de longo alcance, que evitassem a aproximação de navios hostis, que, porventura, ameaçassem a então Capital Federal. No dia 28 de setembro de 1914, o Forte de Copacabana foi inaugurado pelo Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca. Ao mesmo tempo, a fortificação recebeu sua primeira guarnição, a 6ª Bateria Independente de Artilharia de Posição, vinda de Laguna, Santa Catarina. Ao longo de quase um século de existência, a Unidade Militar foi palco de importantes episódios históricos. Em 19 de dezembro de 1986 foi criado o Museu Histórico do Exército, que passou a funcionar nas instalações do Forte de Copacabana. Em 1987, o Forte encerrou sua função bélica, passando, então, a constituir importante peça do acervo cultural do Exército Brasileiro. Em 1996 e 1998, foram inaugurados os salões de exposição “Colônia-Império” e “República”, respectivamente, que proporcionam ao visitante um pouco da história da Instituição. Hoje, o Museu se tornou um importante polo de difusão cultural, propiciando lazer e diversão à população carioca e aos turistas que o visitam.