segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Padre Cesarino Pietra coleta provas para processo de beatificação de Monsenhor Angelo Angioni


Desde o último dia 14, o padre Cesarino Pietra está morando em José Bonifácio. Aposentado como emérito, ele foi para lá com uma missão nobre: investigar os casos de cura atribuídos a Monsenhor Angelo Angioni e dar início ao processo de beatificação deste padre que marcou a vida da cidade. O pedido partiu do bispo Dom Paulo Mendes Peixoto, aceito prontamente por pe. Cesarino, que teve longa convivência com o monsenhor. 
Dom Paulo conheceu monsenhor Angelo já doente, inclusive ministrou-lhe a unção dos enfermos. “Pelo que escuto do povo, ele foi uma pessoa muito santa. Tivemos que esperar cinco anos, que é o prazo canônico para iniciar o processo. Agora, pe. Cesarino nos dará as notícias sobre as curas que estão circulando,” disse o bispo. 
Dois casos de cura são fortes. Os fieis escrevem pedidos e agradecimentos num caderno, que fica sobre o túmulo do monsenhor, dentro da igreja São João Batista. O primeiro caso refere-se à cura da visão de uma mulher de Guapiaçu que teve o olho furado por um galho de árvore. Foi desenganada, nunca mais ia enxergar. Depois de orações fervorosas, endereçadas ao monsenhor, ela recuperou a visão. O segundo caso refere-se a uma moça altamente dependente de drogas. Sua mãe fez cem comunhões seguidas (recebeu a hóstia consagrada), também dirigidas ao monsenhor. Quando terminou a série, viu a filha jogar as drogas no chão, livrando-se definitivamente do vício. 
“Há alguns anos, fui com monsenhor Angelo à Itália por duas vezes. Ele queria refazer o caminho de sua infância. Conheci a casa onde nasceu, a igreja onde foi batizado, o túmulo dos pais. Fotografei tudo. Já estava fazendo por minha conta. Agora vou coletar testemunhos e documentos. Os seminaristas estão me ajudando,”disse o padre, hoje com 75 anos e boa disposição física. 
Os dois casos citados serão submetidos a exames médicos. Se confirmada a cura sem explicação pela ciência, o bispo de Rio Preto pede instauração de investigação por um tribunal eclesiástico e por médicos. Para a beatificação, o Vaticano exige a ocorrência de um milagre. Para canonização, dois milagres. Se monsenhor Angelo for declarado beato, será o segundo da Diocese de Rio Preto. O primeiro é Padre Mariano de la Mata Aparício, beatificado em 2006. 
Quem é esse monsenhor 
Angelo Angioni, nascido em Bortigali, Itália, vestiu a batina quando era um menininho de 11 anos e nunca mais tirou, mesmo quando a Revolução de 64 obrigou os padres a viajar em trajes civis. Ordenado em 1938, chegou em José Bonifácio em 31 de julho de 1951, para assumir a paróquia São João Batista. Entre outras obras, fundou o Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria, os Seminários Menor e de Filosofia, colégios, casas de oração e retiro e o Cine Paroquial (1952-1968), que só exibia filmes educativos. 
Na vida sacerdotal, ele foi confessor do bispo Dom Lafayete Libânico e o acompanhou nas sessões do Concílio Vaticano 2, em Roma. Considerado santo pela comunidade, ele tem um irmão que é quase santo: o bispo de Pavía, Dom Antonio Giuseppe Angioni, falecido em 1991, com processo de beatificação tramitando pelo Vaticano. Consta que, quando padre na Itália, monsenhor Angelo era amigo de uma freira interlocutora de Jesus, sóror Imaculata, que o guiou espiritualmente pela vida. ( Escrito por DIARIOWEB).

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