sábado, 12 de maio de 2012

Polícia Feminina do Estado de São Paulo e hoje neste 12 de maio seus 57 anos de criação


Polícia Feminina do Estado de São Paulo Foi na década de 50 que surgiu a idéia de empregar mulheres em missões policiais no Brasil, com o intuito de sanar lacunas existentes na Organização Policial. Ao observar a inclusão de mulheres no contingente policial em vários países da Europa e nos EUA, constatou-se que a mulher seria mais indicada para atender certas ocorrências no setor de segurança pública, como por exemplo, a prostituição e a delinqüência juvenil. Em 1955, o governador do estado, Jânio Quadros, encarregou o diretor da Escola de Polícia, doutor Walter Faria Pereira de Queiroz, de estudar a criação, em São Paulo , de uma Polícia Feminina. Em 12 de maio de 1955, sob o decreto nº 24548, institui-se, na Guarda Civil de São Paulo, o corpo de Policiamento Especial Feminino e, na mesma data, a Dra. Hilda Macedo tornou-se a primeira comandante do Policiamento Especial Feminino. Estava criada, assim, a primeira Policia Feminina do Brasil, pioneira também na América Latina, sendo-lhe atribuídas as missões que melhor se ajustavam ao trabalho feminino conforme as necessidades sociais da época: a proteção de mulheres e jovens.
 Em 26 de maio do mesmo ano, publicou-se o Decreto nº 24587, o qual relacionava os requisitos para o ingresso no Corpo Especial. Dentre as 50 candidatas, 12 foram selecionadas para a Escola de Policia, para um curso intensivo de 180 dias. As 12 mulheres escolhidas e sua Comandante foram chamadas “as 13 mais corajosas de 1955”. Nas vésperas do Natal, 24 de dezembro de 1955, iniciou-se o primeiro trabalho com as novas policiais durante a representação do retábulo de Natal, levado a efeito nas escadarias da Catedral, inaugurada em 1954, instalando-se assim, nossos primeiros postos de Policiamento.
Nesses primeiro anos, agíamos no campo da prevenção e como força de apoio a outros órgãos, como o setor de menores e mulheres, justamente porque possuímos ser vistas nos postos policiais das Estações de Trem de Sorocabana e Luz, e também no aeroporto de Congonhas, fiscalizando o embarque e o desembarque de passageiros. Analisando nossa proposta de trabalho, observa-se que estávamos sincronizadas com as demais polícias, formando uma equipe de colaboradoras para a prevenção da criminalidade e da anti-sociabilidade. A filosofia da nossa fundadora era de que não faríamos patrulhamento e não usaríamos armas. 
Nossa manifestação física seria branda, porém enérgica, valendo-se da persuasão. A canção da Polícia Feminina foi composta em julho de 1956 e tem como autores Marina Tricânico, letra, e Paul Max Kleming, música. Foi cantada pela primeira vez na Formatura da segunda turma em 14 de setembro de 1956 pós um período experimental de quase quatro anos em que a existência da Polícia Feminina se baseava em um decreto governamental, tivemos nossa certificação pela Lei nº 5235 de 15 de janeiro de 1959 que, além de ampliar nossas funções atribuindo-nos encargos de investigação, estabeleceu também a carreira de Policial Feminina, criando o cargo de chefia. ,A partir de então, somos subordinadas do Secretário de Segurança Pública. Em 10 de dezembro de 1969, o decreto lei nº168, enquadrou a Polícia Feminina na Guarda Civil de São Paulo e, em abril de 1970, houve a unificação da Guarda Civil e Força Pública, criando assim a Polícia Militar do Estado de São Paulo, à qual nos integramos e, em 9 de dezembro desse ano, publicou-se a lei que dispunha sobre o efetivo do Quadro Especial de policiamento Feminino e a criação do cargo de coronel. Nossa comandante passou a ser a Coronel Hilda Macedo.
 Comandaram a Polícia Feminina oito Coronéis: Hilda Macedo, Jannette Ribeiro Fiúza, Denisa Della Nina, Sylvia Binelli, Dyarsi Teixeira Ferraz, Vera Maria Fávaro, Hilda Magro e Vitória Brasília de Souza Lima. Enfim, ampliamos nossas missões e passamos a atuar, além do policiamento ostensivo, em outras atividades como: trânsito, bombeiro choque, policiamento rodoviário, ambiental, policiamento com ao apoio de motocicleta ou bicicletas, radiopatrulhamento, policiamento escolar e a corregedoria. Continuamos presentes no COPOM (Centro de Operações Especiais) e nos serviços administrativo. Iniciamos nosso trabalho no quadro de Saúde como médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias ou como auxiliares de saúde, podendo ainda atuar como músicas no Corpo Musical ou mecânica de aeronaves, no Grupamento de Rádio Patrulha Aérea. Desde 1º de janeiro de 2000 não temos mais batalhões femininos nem missão especial: estamos integradas operacionalmente em todas as atividades da Polícia Militar, podendo exercer qualquer função em qualquer localidade. Em 2001, a 1º de fevereiro, o Governador Geraldo Alckmin, criou, no âmbito institucional, o dia do “Policial Militar Feminino” com o intuito de não se perder um fato significativo na História do Brasil e na bela trajetória da Polícia e no Estado de São Paulo. 
Somos mulheres policiais, mães, trabalhadoras que servem com coragem e bravura a nação, nestes 57 anos de muitas realizações, cada qual escrevendo um trecho dessa trajetória, ciente de que há ainda muito a ser feito, com amor e sem nunca deixar de ser MULHER. 

Postado por Blogger no Jornal do Povo
De São José do Rio Preto-SP.

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