sábado, 1 de dezembro de 2012

Correios homenageiam Quilombo dos Palmares com selo especial e cartão-postal


A maior referência africana das Américas

Os Correios lançaram no dia 19 de novembro, na cidade de União dos Palmares (AL), um selo de emissão especial e um cartão-postal em homenagem ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um dos símbolos da resistência negra no Brasil.


Sobre o selo
Com arte de Luciomar S. de Jesus, o selo retrata, ao fundo em azul, uma panorâmica do primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do País – Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. À esquerda, tem-se, em primeiro plano, a construção Muxima de Palmares (Coração de Palmares), em homenagem aos comandantes-em-chefe que formavam o conselho deliberativo do Quilombo. Já em segundo plano, há uma oca indígena, que representa a cultura dos primeiros habitantes da Serra da Barriga. À direita, aparece a edificação Onjo Cruzambê (Casa do Campo Santo), espaço de apoio às práticas das religiões de matriz africana. Ao lado da edificação, duas figuras femininas representam as práticas religiosas desse espaço sagrado. A técnica utilizada foi pintura.
Foram produzidas 300 mil unidades do selo, com valor facial de 1º Porte Carta Comercial, atualmente R$ 1,20. Já o cartão-postal, tem uma tiragem de 3 mil peças ao preço de R$ 1,00 cada.
As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).


HISTÓRICO
Localizado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, em Alagoas, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares foi criado, em 2007, em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1985. Parte do Planalto Meridional da Borborema, unidade geomorfológica que compreende terrenos cristalinos submetidos à ação de clima quente e úmido, a Serra da Barriga ocupa uma área verde de aproximadamente 27,97 km2.
Foi para as matas fechadas da Serra, que alcança até 500 metros de altitude, que milhares de escravos negros rebelados fugiram durante o período de dominação holandesa. Tornou-se, assim, um dos principais pontos da história da resistência negra, abrigando o maior quilombo já implantado nas Américas, o Quilombo dos Palmares.
Fundado em 1590, Palmares se transformou em um estado autônomo. Tendo abrigado mais de 20 mil pessoas, resistiu por quase cem anos aos ataques holandeses, luso-brasileiros e de bandeirantes paulistas. Em 1696, foi totalmente destruído, um ano depois que Zumbi, seu líder, foi assassinado por Domingos Jorge Velho, bandeirante contratado com a incumbência de sufocar a todos que constituíam o Quilombo.
Para que a história não se perdesse, no Parque Memorial foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo: paredes de pau a pique, cobertura vegetal, inscrições em kimbundo e yorubá, o Onjó de Farinha (Casa de Farinha), o Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), o Oxile das Ervas (Terreiro das Ervas), as ocas indígenas e a Muxima (Coração de Palmares).
O espaço do Parque, além das construções que referenciam o modo de vida daquela comunidade, dispõe de pontos de áudio – Acotirene, Quilombo, Ganga-Zumba, Caá-Puêra, Zumbi e Aqualtune – de onde é possível apreciar narrações dos aspectos cotidianos do quilombo e músicas da cultura negra em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e italiano.
No primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do País destacam-se, ainda, os mirantes, de onde se avistam magníficas paisagens da Serra da Barriga. São as atalaias de Acaiene, Acaiuba, e Toculo. Completando o ciclo das edificações simbólicas, o restaurante Kúuku-Wáana (Banquete Familiar) oferece pratos da culinária afro-brasileira e, no Batucajé (palco), acontecem manifestações artístico-culturais.


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