segunda-feira, 30 de julho de 2012

Alunas da Unesp de São José do Rio Preto são premiadas com viagem para a China



As alunas Amanda Maria Tadini e Glaucia Pantano, do Programa de Pós-graduação em Química da Unesp de Rio Preto, foram premiadas com Prêmio de Suporte a Viagem da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas (IHSS). 
Esse prêmio proporciona as estudantes participar de encontros internacionais da IHSS que acontecem bienalmente. No caso de Amanda e Glaucia, as alunas participarão do 16º Encontro Internacional de Substâncias Húmicas, a ser realizado na cidade de Hangzhou, na China, em setembro, com todos os gastos com viagem e participação no evento custeados.
 O Encontro Internacional de Substâncias Húmicas reúne cientistas de diversos campos de conhecimento, do mundo todo, para discutir e trocar idéias sobre um tema em comum. Nesta edição, o assunto abordado são as funções da matéria orgânica natural em mudanças no meio ambiente. A conferência visa preencher lacunas de conhecimento e fornecer orientações de pesquisas futuras, além de promover a pesquisa sobre a caracterização, função, aplicação de substâncias húmicas no meio ambiente, na agricultura e na indústria.
 Substâncias húmicas são moléculas que se originam da degradação ou decomposição de matéria orgânica. As pesquisadoras Tadini e Pantano estudam, sob a orientação da professora Márcia Bisinoti e do professor Altair Moreira, respectivamente, as substâncias húmicas presentes na água e em sedimentos do fundo de rios da Bacia Hidrográfica do Turvo Grande, bacia que compreende rios do noroeste paulista. “O foco da nossa pesquisa é entender o transporte de metais nos sedimentos, no meu caso, e nas águas, no caso da Amanda, de rios da nossa região”, afirma Glaucia.
 As jovens pesquisadoras estudam a complexação – isto é, a capacidade de interação com a substância húmica – de metais como cobre e crômio nas substâncias húmicas. “Quanto mais metal for complexado nas substâncias húmicas, menos desses metais teremos presentes na água ou nos sedimentos”, explica Amanda, que estudou a capacidade de complexação do crômio no Rio Preto. “Nas substâncias que analisei, percebi uma grande capacidade de complexação do crômio, o que significa uma diminuição da disponibilidade desse metal no rio, ou seja, esse metal fica menos disponível para interagir com o meio ambiente e os organismos que vivem lá”, constata.
 Os resultados de Glaucia foram parecidos. “Nas amostras que analisei, de sedimentos do fundo de rios da região, percebi uma grande complexação de cobre e crômio nas substâncias húmicas, o que aponta para o fato de que resta menos desses metais presentes nos sedimentos e na água presente nesses sedimentos”, revela.
 Experiência
 Animadas com a viagem para a China, as estudantes contam que estão ansiosas para trocar informações com pesquisadores de diversos países. “Acho que vai ser uma experiência muito boa em termos do conhecimento que poderemos acrescentar na nossa área de atuação. O interessante é que é um evento com um tema bem específico, de âmbito mundial”, conta Glaucia. “Além disso, poderemos ter um contato próximo com pesquisadores que só conhecíamos por meio de seus trabalhos”, acrescenta Amanda.
 Mais conquistas
  Depois de participar do evento na China, Amanda parte para a Itália. A estudante foi contemplada pela Fapesp com uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior. A bolsa consiste em dois meses de auxílio para transporte e instalação em Nápoles. Lá a pesquisadora irá realizar parte de sua pesquisa de mestrado no laboratório “Sistemas Húmicos Supramoleculares no Meio Ambiente”, do professor Alessandro Piccolo, da Universidade Di Napoli Federico II. A aluna será orientada pelo professor Riccardo Spaccini, renomado pesquisador na área de sustâncias húmicas.

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