Decorador é um termo usado, anteriormente, para designar o profissional que trabalhava os detalhes internos das construções, como tecidos, pintura, distribuição do mobiliário, escolha e colocação dos acessórios decorativos etc. Esse profissional tinha um campo limitado na arquitetura do imóvel, porque não possuía conhecimentos suficientes para mexer nas estruturas (reformas), ficando incumbido mais da parte de decorar os interiores. Havia uma separação bem distinta entre o arquiteto e o decorador. O arquiteto é um profissional de nível superior, responsável pelo projeto e execução do imóvel; ele trabalha em parceria com o engenheiro, um profissional que cuida da parte de cálculos estruturais e da viabilização do projeto criado pelo arquiteto.
A partir da década de 70, muitos arquitetos começaram a se envolver com a decoração e passaram a trabalhar com os decoradores na execução dos projetos. Essa parceria deu certo e funciona até hoje no mercado imobiliário, porque conseguiram aliar o bom gosto e os conhecimentos estéticos e práticos do decorador, com os conhecimentos técnicos da arquitetura.
A valorização da aparência das casas e o barateamento dos projetos de decoração, fizeram com que o trabalho desse profissional se expandisse entre a classe média, pois o decorador é capaz de criar ambientes funcionais nos pequenos apartamentos das grandes cidades.
Atualmente, o profissional da decoração é conhecido como Designer. O termo é abrangente, pois pode se referir a um designer de produtos, designer de móveis, designer gráfico etc. Hoje, o Designer de Interiores substitui o decorador e a profissão está para ser regulamentada pela ABD-Associação Brasileira dos Designers de Interiores e pelo Ministério da Educação e Cultura. Os cursos existentes são de níveis técnicos e superiores. Esse profissional terá condições de desenvolver reformas e mexer na arquitetura do imóvel, dentro de um certo limite, além de fazer toda parte da decoração interna, projeto de iluminação, gesso, pisos etc.
Ao desenvolver os projetos, o decorador coordenará equipes de profissionais, como marceneiros, pintores e eletricistas, que transformarão suas idéias em realidade. No dia-a-dia, a supervisão do trabalho da equipe vai se somar a uma rotina de trabalho puxada, em que jornadas de dez horas são comuns. É a parte mais exaustiva, a época da execução de um projeto, mas vale a pena, pois a grande recompensa está nas duas pontas do processo: a criação e a entrega do trabalho.
O decorador é um cirurgião plástico da moradia, tendo que se integrar às necessidades e expectativas do cliente. O grande desafio é decorar um ambiente respeitando os desejos, o perfil e a disponibilidade financeira do cliente. Ou seja, é raro o decorador poder criar livremente, pois não adianta fazer uma casa com o que existe de mais moderno em móveis, objetos, cores e iluminação, se os donos dela têm um estilo conservador e vão passar grande parte da vida nesse ambiente. É imprescindível ter bom senso nessa profissão.
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