AS MINHAS MÃOS
As minhas mãos, amor, as não receies,
são gaivotas, e afagam se adormeces,
um brasão, eu to dou, como dois reis,
dez torres dum castelo, onde estremeces.
As minhas mãos, amor, as não julgueis,
são ternas e fieis, em tuas preces
e louvam a saudade, as não torneis
esquivas a teu corpo, se esmoreces.
Pressinto se te as der numa missão,
hás-de querer levar-me o coração,
para longínquos lagos, abissais.
Há mãos, cristais de oráculos sagrados,
relicários, degredos, em seus fados,
num limbo donde não regressam mais.
Manuel Manços
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