Grito dos Manifestantes
Sem dúvida, a revolta choca. Agora, como exteriorizá-la? Uns, preferem, o que é muito mais cômodo, mostrar a indignação do atual sistema dentro de casa, entre amigos, no bar ou na igreja. Outros, até tem coragem de se filiar a uma associação, sindicato ou partido político. Depois, quando estão dentro de uma dessas instituições, poucos têm a coragem de fazer e enfrentar o sistema social imposto de cima para baixo.
As pessoas não aguentam mais pagar impostos sem recebê-los de volta em serviços públicos de qualidade, testemunhar bandidos políticos e empresários vivendo às custas do desvio do dinheiro do povo impunes, ter de trabalhar exaustivamente para pagar todo mês contas de água, luz, ônibus, planos de saúde, escola, condomínio, previdência privada, etc.
Agora, esse sistema beneficia parte da sociedade. Isso tudo não acontece ao acaso, isso funciona por comando. Ordem de quem? Pense: quem nos vende plano de saúde, escola, casas em condomínio, previdência ou financiamento? Quem constrói obras públicas, fornece cimento, asfalto, ferro, monta carros e caminhões?
De outro lado, quem perde? A grande massa de cidadãos, que trabalha para custear tudo isso.
Como pode a maior parte do povo ser manobrada e comandada por tão poucos controladores da economia de uma cidade, estado ou país? O analfabetismo político do povo.
Os políticos governantes são escolhidos de acordo com os gastos de campanhas eleitorais. Quem tem mais dinheiro, ganha mais votos (dinheiro = voto). Então, os empresários se aliam aos governantes e desviam o dinheiro da administração pública para lucrarem e sobrar para as campanhas eleitorais. Assim, nesse círculo vicioso, os poucos conhecedores ou que têm coragem de falar desse sistema e de agir por não depender dele, sem dúvida, se revoltam.
Ademais, ninguém pode esperar da FIESP, da Globo, ou da CUT/Força Sindical qualquer movimento contra o aumento de passagem de um sistema de transporte de ônibus caindo aos pedaços, que é tão lucrativo aos donos de ônibus, que um deles tornou-se dono de Cia Aérea (Gol).
Por isso, os gritos dos manifestantes produzidos nas ruas de São Paulo, Rio e Porto Alegre contra esse sistema produzido conjuntamente por PT/PSDB, que hoje são um só, são a mesma coisa, merecem reflexão dos cidadãos calados.
Marcelo Henrique, Dirigente Nacional do PSOL
e presidente do PSOL/Rio Preto
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