Os Correios lançaram nesta quinta-feira (12), às 19h30, no Museu Mazzaropi, Estrada Municipal Amácio Mazzaropi, 201 – Bairro dos Remédios, Taubaté (SP), selos personalizados e carimbo postal comemorativo em homenagem ao Centenário de Amacio Mazzaropi.
O evento acontece durante Sessão da Câmara e inclui pré-lançamento de Documentário e homenagens aos Parceiros e Preservadores da História de “Amácio Mazzaropi”.
O lançamento das peças filatélicas é uma iniciativa do Instituto Mazzaropi, que solicitou aos Correios a confecção dos selos personalizados e do carimbo comemorativo alusivos ao centenário daquele que sem sombra de dúvida foi o marco do cinema nacional.
Para a ocasião, foram produzidos quatro modelos diferentes de folhas de selos personalizados. O selo personalizado é um conjunto composto por duas imagens distintas, separadas pelo picote: o selo postal e a vinheta destinada à impressão de imagem pertencente ao cliente. Cada folha de selos personalizados contém 12 conjuntos.
No primeiro modelo, a folha apresenta 12 selos iguais, sendo que, na primeira parte, o selo apresenta a bandeira nacional tremulando ao vento compõe o plano secundário e emoldura o mapa do Brasil, preenchido pelas flores do ipê amarelo – árvore-símbolo nacional. Na segunda parte, o selo estampa uma imagem caipira do Mazzaropi com um cachimbo na boca; imagem que foi personagem de um de seus filmes. A mistura das cores na imagem, representa a paixão que Mazzaropi tinha pelo cinema nacional. Completam o conjunto visual os dizeres: 1912/2012 – CENTENÁRIO – AMÁCIO MAZZAROPI.
No segundo modelo, a folha também apresenta 12 selos iguais, sendo que, na primeira parte, cada peça apresenta, no centro, o monumento dos candangos, peça do escultor Bruno Giorgio, que simboliza os trabalhadores que construíram a cidade de Brasília. À sua direita aparece o perfil do prédio do Congresso Nacional e, à sua esquerda, a imagem translúcida da Bandeira Nacional. Na segunda parte, do lado esquerdo, o selo estampa uma imagem do Mazzaropi atuando como diretor durante filmagens em São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo. Do lado direito, os dizeres: 100 ANOS MAZZAROPI – 1912 – 2012. As cores vivas da imagem é representada como um homem brasileiríssimo que Mazzaropi era.
No terceiro modelo, a folha é composta por treze fotografias distintas (incluindo a de fundo) que retratam pontos turísticos mundialmente conhecidos da cidade de São Paulo. Como em um álbum fotográfico, que atravessa o tempo, uma “viagem” é sugerida.
Os símbolos tradicionalmente mais populares, vistos sob ângulos contemporâneos, narram certo contexto histórico, porém não esquecem de cruzar o antigo com a amplitude e o progresso, sinais tão característicos da cidade. Na segunda parte, em destaque, o selo apresenta o número “100”. Uma película saindo de dentro do número e o nome de Amácio Mazzaropi são representados pelo cinema nacional e pelo marco que Mazzaropi foi para o cinema. Completam o conjunto visual, 1912 – 2012.
No quarto modelo, a folha de selos homenageia pontos turísticos do Estado do Rio de Janeiro. Sua composição foi elaborada a partir de 12 fotografias diferentes da Riotur que retratam as riquezas naturais, arquitetônicas e históricas daquele Estado.
Na segunda parte, o selo apresenta uma imagem do Mazzaropi em seu primeiro filme, “Chofer de Praça”, em 1958. Completam o conjunto visual, os dizeres: 100 Anos MAZZAROPPI – Centenário do Nascimento.
Todas as imagens comemorativas do Centenário do Mazzaropi apresentam o endereço do site do Museu Mazzaropi e Brasil 2012.
Foram produzidos 2.400 selos personalizados, os quais serão utilizados nas postagens de correspondências do Instituto Mazzaropi.
Já o carimbo comemorativo, de autoria do Departamento de Filatelia e Produtos da ECT – DEFIP, apresenta ao centro uma imagem do Mazzaropi atuando como diretor durante filmagens em São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo. Ao redor, em círculo, os dizeres: Centenário de Amácio Mazzaropi – Correios – Taubaté – SP – 9.4 a 8.5.2012 (referentes ao período de circulação do carimbo).
Após seu lançamento, o carimbo ficará na Agência Central dos Correios de Taubaté (Rua Engenheiro Fernando de Mattos, 215 – Centro) para aplicação em todas as correspondências confiadas àquela unidade, e também para os filatelistas (colecionadores de selos) e marcofilistas (colecionadores de marcas postais), sendo, após esta data, encaminhado ao Museu Postal e Telegráfico dos Correios, em Brasília (DF).
HISTÓRIA
Nascido no dia 9 de abril de 1912, Amácio Mazzaropi foi um artista brasileiríssimo. De origem humilde, filho de Dona Clara e de Bernardo Mazzaropi, começou no circo, foi para o teatro, passou para rádio, TV e chegou ao cinema, onde estreou como ator e prosseguiu até se tornar seu próprio produtor, diretor e distribuidor, consagrando-se como um dos maiores sucessos de bilheteria. Ele conseguiu o que ainda hoje parece impossível: criar uma indústria de cinema genuinamente nacional, independente (sem subsídios ou financiamentos) e, além de tudo, bem sucedida.
Ele fazia filmes para o Brasil. Para o enorme público brasileiro que não perdia um filme sequer, ele contou histórias que abordavam o racismo, divórcio (que a lei então proibia), as religiões, política e falou até mesmo dos problemas da devastação ambiental. Assuntos tão sérios, ele tratava de um jeito pouco comum, a comédia. E, como ele falava “a língua do povo”, de onde ele mesmo emergiu, e de um jeito bem brasileiro, isto é, evitando o debate e o confronto com quem detém o poder, a elite, não entendia muito bem. Então, apesar da aclamação pelo grande público, o reconhecimento de seu trabalho pela critica lhe foi praticamente negado.
Felizmente, a obra de Mazzaropi vem sendo revista pelos críticos e as universidades começam a estudá-la, contudo, as novas gerações desconhecem a vasta produção desse artista.
Por estas e outras razões , existe um espaço para Mazzaropi na história do cinema brasileiro. E esse espaço tem a oportunidade de ter visibilidade com um projeto de homenagem durante seu Centenário que difundirá a obra do artista ao público que ainda, não o conhece, e também ao publico que possui em seu imaginário a memória viva de Mazzaropi.
A comemoração de seu centenário pretende estimular a reflexão sobre identidade cultural da população e sua diversidade, propor premissas para o uso criativo da linguagem audiovisual e a formação de publico para o cinema.
Amácio Mazzaropi morreu aos 69 anos de idade, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 13 de junho de 1981.
Museu Mazzaropi
Mazzaropi construiu em Taubaté na década de 70 os estúdios de cinema da PAM Filmes – Produções Amácio Mazzaropi, um dos maiores e mais bem sucedidos da história do cinema nacional. Mazzaropi filmou várias cenas nas ruas dessas cidades e ainda hoje é frequente encontrar-se moradores que assistiram às filmagens, outros tantos que participaram como figurantes ou na produção, e cujas lembranças são valiosos testemunhos de uma experiência cinematográficas de características muito próprias.
O Museu Mazzaropi foi criado em 1992 por João Roman Junior como uma forma de homenagear o velho amigo e cineasta brasileiro. Os filhos de João Roman Jr. dão continuidade ao trabalho de resgate e divulgação da obra de Mazzaropi.
No acervo há mais de 20.000 itens entre fotos, filmes, documentos, objetos cênicos, móveis e equipamentos. Em 2010 o Museu ganhou um novo prédio e em Abril de 2011, comemorando os 99 anos do artista, foi inaugurada uma exposição permanente e interativa que conta um pouco de sua vida e obra.
O Instituto e Museu Mazzaropi vem desenvolvendo ao longo dos anos uma série de ações que reafirmem seu compromisso para com a memória da cultura brasileira, buscando conexões entre a obra, o contexto que lhe servem de origem e o cenário atual. Dentre elas a produção de novos documentários, parceria em mostras, exibições, produções editorias, pesquisas, curadorias e ações com outros órgãos públicos.
Rever Mazzaropi pode trazer à tona inúmeras reflexões para o presente e para o futuro, principalmente para aqueles que irão conhecer a sua obra e descobrir que o local onde vivem faz parte da história do cinema de uma época em que os limites tecnológicos poderiam tornar-se obstáculos para produção cinematográfica. Preservar e divulgar a obra de Mazzaropi atende a uma grande demanda popular e tornar-se, ao mesmo tempo, uma oportunidade de difundir a importância de preservarmos nossa cultura e patrimônio. (Fonte: Instituto Mazzaropi).
Mais informações sobre a vida e trajetória de Amácio Mazzaropi, acessem: www.mazzaropi.com.br e www.museumazzaropi.com.br
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