sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Projeto que usa telemedicina agiliza diagnóstico de infarto em quatro Unidades de Pronto Atendimento


 Quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), todos serviços sob responsabilidade da Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto, foram selecionados pela Santa Casa de Misericórdia local para integrar o projeto Latin (Latin America Telemedicine Infarct Network), que tem por objetivo usar a telemedicina para agilizar o diagnóstico de infartos em pacientes atendidos na rede pública de saúde.
O projeto é resultado de uma parceria acadêmico-científica entre a Medtronic, a empresa prestadora do serviço de telemedicina ITMS e a Fundaçao Lumen - fundada pelo Dr. Sameer Mehta, cardiologista intervencionista indiano, expert em infarto, idealizador do programa. Implantado no Brasil neste segundo semestre, o projeto já agrega 20 hospitais em todo o País.
Em Rio Preto, os equipamentos foram instalados em quatro UPAs - Jaguaré, Santo Antônio, Central e Norte e em uma Unidade de Suporte Avançado (USA/UTI Móvel) do SAMU, que ganhou uma versão portátil.
O funcionamento é simples: por meio de um eletrocardiógrafo, instalado um em cada ponto integrante do projeto, o paciente com suspeita de infarto é submetido a um eletrocardiograma, exame capaz de diagnosticar problemas cardíacos ainda no atendimento inicial. Após realizado, o exame é transmitido diretamente para a Central de Telemedicina do Hospital do Coração, em São Paulo e em Uberlândia (MG), via internet.
“Lá, é analisado por médicos cardiologistas de plantão e encaminhado de novo para os integrantes do projeto em Rio Preto, tanto nas UPAs, como SAMU e equipe de médicos e profissionais de hemodinâmica da Santa Casa, via celular. O processo dura menos de cinco minutos, o que abrevia o tempo de socorro e viabiliza as intervenções necessárias já dentro da UPA, SAMU e possibilita o preparo da equipe para uma possível angioplastia de emergência na Santa Casa”, explica a coordenadora do projeto Latin em Rio Preto, Maria Lucia Buchalla de Mattos.
Na Santa Casa, único hospital de Rio Preto a integrar o projeto, a equipe é comandada pela Dra. Monica Buchalla, cardiologista intervencionista.
Nesta instalação em Rio Preto, cerca de 300 pacientes com suspeita de infarto realizaram o exame baseado na telemedicina. “Dois deles tiveram diagnóstico positivo para infarto e graças à rapidez no diagnóstico que permite o projeto foi possível providenciar o atendimento e angioplastia em tempo recorde, garantindo a sobrevida dos pacientes”, explica a coordenadora.
A secretária de saúde, Teresinha Ap. Pachá, avalia que a iniciativa vai colaborar no atendimento aos munícipes. “Essa tecnologia é fundamental para salvar vidas, pois traz um diagnóstico preciso, que garante o procedimento imediato e evita complicações”, afirma.
Para o médico e coordenador do SAMU Regional, Alcides Pinto de Souza Júnior, o projeto é ganho imenso para a saúde pública de Rio Preto. “Esse projeto agiliza o diagnóstico, que vem preciso e torna mais ágil as possíveis intervenções que devem ser realizadas no paciente”, afirma.
Infarto
Segundo dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Rio Preto, serviço da Secretaria de Saúde, o infarto é a segunda causa de morte no município entre as doenças do aparelho circulatório. Entre 2009 e o primeiro semestre deste ano, 1.335 pessoas morreram vítimas de infarto na cidade, 195 somente no primeiro semestre deste ano.
O tratamento preventivo a doenças do aparelho circulatório pode ser feito na rede pública de saúde, em qualquer uma das 26 unidades de saúde do município, por meio dos programas  Tempero da Vida, voltado a portadores de hipertensão arterial e o Doce é a Vida, para quem tem diabetes, tanto o tipo 1 como o 2.
Para realizar o tratamento e acompanhamento da doença na rede pública de saúde, basta que o hipertenso ou diabético procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa portando documento de identidade e comprovante de residência. O indivíduo será cadastrado nos grupos e passará por acompanhamento periódico tanto médico como de enfermagem, que vai monitorar a taxa de glicemia, peso e variações da hipertensão arterial.

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