terça-feira, 17 de junho de 2014

Dia Mundial de Luta Contra Desertificação e Seca


O estudo da desertificação começou na década de 1930, época em que os cientistas ficaram atentos à degradação de 380 mil km² do solo dos Estados Unidos, área uma vez e meia maior do que o estado de São Paulo. Mas foi com a tragédia da década de 1970 - uma seca que matou quinhentas mil pessoas no norte da África - que a comunidade internacional se deu conta do problema, e a ONU criou um programa para combater a desertificação mundial.

Muitas regiões da Terra estão a caminho de se tornarem grandes desertos. O fenômeno conhecido como desertificação transforma-se dia a dia em um grande problema.
Quase um bilhão de pessoas no mundo, incluindo o Brasil, vivem em áreas ameaçadas pela desertificação. É como se houvesse quase um em cada seis habitantes do planeta. Cerca de duzentos milhões de indivíduos vivem em regiões que eram ou se tornaram desertos nos últimos anos, de acordo com estudos da Organização das Nações Unidas (ONU).
O território brasileiro é alvo da desertificação. O problema, antes, se restringia ao sertão nordestino, seco por natureza. Hoje, até o Rio Grande do Sul tem porções de terra que se estão transformando em deserto. O avanço das áreas desérticas no Brasil deve-se sobretudo à interferência humana, por meio do desmatamento, do cultivo inadequado da terra e da mineração predatória. Na região Nordeste, uma extensão de terra do tamanho do quádruplo do estado do Rio de Janeiro já está em acelerado processo de desertificação. O fenômeno também ameaça o norte de Minas Gerais e a Amazônia.
Nas florestas, tudo pode começar com uma simples queimada. Com a retirada da vegetação, a água das chuvas provoca erosão e arrasta a camada fértil para o leito dos rios. Nas chuvas subseqüentes, a água não se infiltra mais na terra. Sem água, as sementes não germinam e a mata não se reconstitui. Esse é o processo de desertificação, que provoca impactos ambientais, sociais e econômicos no mundo todo. Como decorrência dessa agressão à natureza, desaparece, de modo irreversível, parte da flora e da fauna, diminui a disponibilidade de água e os solos empobrecem e perdem sua produtividade agrícola. Os habitantes desistem de sobreviver em meio à seca e tentam a sorte nos centros urbanos. Em conseqüência disso, a qualidade de vida dessas populações não melhora, e a pobreza aumenta nas cidades. As perdas econômicas também são drásticas, porque a desertificação reduz as áreas de agricultura.
A recuperação dessas áreas desertificadas é cara e demorada. No Nordeste, por exemplo, a natureza levaria cerca de mil anos para reverter o atual estagio de desertificação. O Ministério do Meio Ambiente calcula que precisariam ser gastos 2,8 bilhões de dólares durante vinte anos para que se pudesse reabilitar toda essa área do sertão nordestino.
Os projetos de recuperação de regiões desérticas começaram a ser discutidos a partir da III Convenção Internacional das Nações Unidas de Combate à Desertificação, realizada de 15 a 26 de novembro de 1999, em Recife, Pernambuco. No Brasil, pouco se tem feito para melhorar a situação das áreas afetadas. Como conseqüência, há fome e êxodo rural.
O estudo da desertificação começou na década de 1930, época em que os cientistas ficaram atentos à degradação de 380 mil km² do solo dos Estados Unidos, área uma vez e meia maior do que o estado de São Paulo. Mas foi com a tragédia da década de 1970 - uma seca que matou quinhentas mil pessoas no norte da África - que a comunidade internacional se deu conta do problema, e a ONU criou um programa para combater a desertificação mundial.

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