Ciclistas de Rio Preto vão ganhar no dia 1º de julho a primeira ciclofaixa da cidade, que vai ligar as ciclovias da Represa Municipal e do Parque Rio Preto, na avenida Philadelpho Gouveia Neto, em um trajeto de 16 quilômetros, ida e volta.
A ciclofaixa será sinalizada por cones e vai funcionar inicialmente aos domingos, das 7 horas às 14 horas, em fase de teste. Nesse período inicial, a faixa da direita das avenidas Nadima Damha e Philadelpho, entre as duas ciclovias, será destinada exclusivamente aos usuários de bicicletas. O lançamento do projeto será feito oficialmente dia 5 de junho, durante abertura da 11ª Semana do Meio Ambiente, que será realizada no Centro Integrado de Ciência e Cultura (Ciecc).
O secretário municipal de Meio Ambiente, José Carlos de Lima Bueno, afirma que o objetivo é estimular o uso das bikes e facilitar o tráfego de ciclistas, com mais segurança. “Implantaremos aos domingos para analisarmos e estudarmos o impacto no trânsito e verificar se será necessário alguma melhoria no projeto”, afirmou Bueno.
Tarefa inglória
Andar de bicicleta em Rio Preto é um desafio, conforme mostrado pelo Diário em novembro de 2011. Na ocasião a reportagem percorreu, sobre duas rodas, a cidade de uma ponta a outra e se deparou com diversas dificuldades, entre elas buracos, motoristas imprudentes e desrespeito. De acordo com o Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde, só de janeiro do ano passado até abril deste ano 71 ciclistas se feriram em acidentes no município, um deles morreu.
As duas ciclovias que existem - na Represa Municipal e avenida Philadelpho Gouveia Neto -, são destinadas apenas ao lazer, portanto não beneficiam quem usa as bicicletas para trabalho, como é o caso do marceneiro Weber Nicácio de Melo, 43 anos. Ele reside no bairro Boa Vista e vai de bicicleta todos os dias ao Distrito Industrial. “Nosso trânsito é muito perigoso. Ninguém respeita ninguém, muito menos os ciclistas. Eu mesmo já quase cai diversas vezes ao ser fechado por carros e motos.”
Outro que sofre com o trânsito é Donizete Francisco da Cruz, 41 anos, líder de setor em uma fábrica de colchões de Rio Preto. Todos os dias ele sai de casa, no Jardim Nunes, e vai ao trabalho no Distrito Industrial com sua “magrela”. Ele elogia a iniciativa, mas diz que é preciso instalar faixas exclusivas para ciclistas em todas as avenidas movimentadas, principalmente na zona norte. “No trajeto que eu faço tenho sempre de ter muito cuidado porque motociclistas e motoristas não nos respeitam. Vou trabalhar de bicicleta para economizar e porque é bom para a saúde, mas seria melhor se tivesse mais segurança”, afirmou.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, a intenção é implantar as ciclovias nas principais avenidas e ciclofaixas para interligá-las, justamente para acabar com esse problema. “Esse é o nosso objetivo. Vamos fazer esse teste para verificar como será o comportamento do trânsito.”
Os próximos trechos que receberão as vias destinadas aos ciclistas serão as avenidas Brasilusa, José Munia e Juscelino Kubitschek de Oliveira, de acordo com Bueno. A instalação ocorrerá após as obras antienchentes, que ainda não têm previsão para ser executadas.
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