quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

2 anos de saudade de José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca (Pena Branca e Xavantinho)



  Cantor brasileiro nascido em Igarapava, interior do Estado de São Paulo, mas registrado em Cruzeiro dos Peixotos, distrito de Uberlândia, que formou uma dupla de estilo sertanejo de sucesso, Pena Branca e Xavantinho, com o irmão, Ranulfo Ramiro da Silva (1942-1999), o Xavantinho. O primeiro dos sete filhos do casal de agricultores Francisco Silva e Dolores Maria de Jesus, sendo que Dona Coitinha, como era conhecida sua mãe, lavava roupa para fora e ajudava o marido. Nas horas vagas o pai tocava cavaquinho e, incentivado pela mãe, logo o filho mais velho aprendeu a tocar viola. Com mais seis irmãos, foi criado na zona rural de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, e quando tinha 12 anos, o pai morreu (1950) e todos os sete irmãos continuaram trabalhando na lavoura. Sem largar a vocação artística, adotaram o nome de Peroba e Jatobá e participaram pela primeira vez de um programa da Rádio Educadora de Uberlândia (1958). Depois resolveram cantar juntos como profissionais (1962) e passaram a se apresentar em cidades do interior, com o nome de Zé Miranda e Beira Mar. Buscando melhores ares, a dupla mudou-se para a capital paulista para tentar mais sucesso na carreira artística profissional e adotaram um novo nome: Xavante e Xavantinho. Freqüentaram clubes de música caipira, onde conheceram outras duplas, como Tonico e Tinoco e Milionário e José Rico, Conquistaram (1970) um quarto lugar em um festival promovido pela Rádio Cometa e foram convidados a participar da gravação de um compacto, com a música vitoriosa, Saudade. Como o nome Xavante já estava registrado como nome artístico, eles gravaram o primeiro compacto da carreira, Saudade (1970), com o nome definitivo da dupla: Pena Branca e Xavantinho. Durante a década seguinte firmaram-se no mundo artístico apresentando-se em shows, inicialmente ao lado de Tonico e Tinoco, até se tornarem atração principal. Entraram (1975) para a orquestra Coração de Viola, em Guarulhos e inscreveram-se no Festival MPB Shell da TV Globo (1980), com a música Que terreiro é esse?, de Xavantinho, que chegou a ser classificada para a final. No mesmo ano, a dupla lançou o seu primeiro LP, Velha morada, pela Warner, com destaque para Cio da terra, de Milton Nascimento e Chico Buarque, e Velha morada, de Xavantinho. Depois (1981) a dupla estreou no programa Som Brasil, na TV Globo, apresentado por Rolando Boldrin, com quem atuou depois em shows pelo Brasil. No ano seguinte (1982) a dupla lançou um novo LP, Uma dupla brasileira, produzido por Boldrin, com os destaques Memória de carreiro, de Juraildes da Cruz, e Rama da mandioquinha, de Elpídio dos Santos. Posteriormente outro LP de sucesso foi O cio da terra (1987), pela Continental, com participação de Milton Nascimento, Marcus Viana e Tavinho Moura, onde os destaques foram Vaca Estrela e boi Fubá, de Patativa de Assaré, e Cuitelinho, música do folclore popular brasileiro. Um novo LP, Canto violeiro (1988), ainda pela Continental, contou com a participação de Fagner, Tião Carreiro, Almir Sater e outros, e o carro-chefe foi Mulheres da terra, de Xavantinho e Moniz. Os dois ganharam o Prêmio Sharp (1990) de melhor música, Casa de Barro, composta por Xavantinho e Moniz, e de melhor disco, Cantando do Mundo Afora. Dois anos depois (1992), o CD Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho, ao vivo em Tatuí, gravado pelo selo Kuarup, recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco e o Prêmio APCA, e vendeu mais de um milhão de cópias. Depois de gravarem Violas e canções (1993), pela Velas, destacando-se Viola quebrada, de Mário de Andrade, a dupla fez apresentações nos Estados Unidos. Ainda lançaram pela Velas, os CDs Ribeirão encheu (1995), com destaque para o clássico Luar do sertão, de João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense, e Pingo d'água (1996), com Tristeza do Jeca, de Angelino de Oliveira, e Flor do cafezal, de Luís Carlos Paraná. A dupla Pena Branca & Xavantinho, ainda ganhou o seu 5º Prêmio Sharp (1997), na categoria Melhor Dupla Sertaneja. Ao todo a dupla ganhou cinco prêmios Sharp ao longo da carreira, encerrada em outubro (1999), com a morte de Xavantinho. Ele seguiu carreira solo e gravou seu primeiro disco solo (2000), o CD Semente caipira, trabalho esse que havia começado com o parceiro e irmão. O disco rendeu e muito, pois com ele ganhou o Grammy Latino (2001). Mas as conquistas não pararam por ai, ao gravar o disco Pena Branca canta Xavantinho (2003), recebeu duas indicações ao prêmio Tim de música, como melhor disco e melhor cantor de musica regional. Mais de dez anos depois da morte do irmão, passou mal em casa, no bairro do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, foi levado para o Hospital São Luiz Gonzaga, no mesmo bairro, mas não resistiu e, aos 70 anos, morreu vítima de um infarto fulminante e foi enterrado no cemitério Parque dos Pinheiros, na zona norte da cidade, onde estão enterrados Xavantinho e dona Dolores, mãe dos dois. Era casado com D. Maria de Lurdes, mas o casal não teve filhos, e seu último trabalho foi Cantar caipira (2008).

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