A
população dessas sociedades é muito variável; há grupos
relativamente numerosos (terenas, ticuna, guaranis, caingangues,
ianomâmis e guajajaras) e outros menos numerosos (jumas, aricapus,
ofaciés-xavantes, avás-canoeiros), estes seriamente ameaçados de
desaparecimento, pois sua população atual é de apenas algumas
pessoas.
Na
década de 1950, a classificação das tribos indígenas seguia o
conceito das "áreas culturais", criado pelo antropólogo
Eduardo Galvão, que agrupava as culturas por regiões geográficas
específicas. No Brasil, foram classificados em 11 áreas culturais:
Norte-Amazônica; Juruá-Purus; Guaporé; Tapajós-Madeira;
Alto-Xingu; Tocantins-Xingu; Pindaré-Gurupi; Paraná; Paraguai;
Nordeste e Tietê-Uruguai.
Hoje,
essa divisão só é utilizada didaticamente. Cientificamente a
divisão que usa a classificação lingüística, utilizando o
conceito de "áreas etnográficas", do antropólogo Júlio
Cezar Melatti, é a mais correta, pois considera o meio ambiente e a
relação do contato social que as tribos estabelecem entre si e com
as nacionais, observando as diferenças encontradas no idioma falado,
para dividi-las em troncos ou famílias. Foram estabelecidas 33 áreas
etnográficas, na América do Sul.
No
Brasil, foram encontrados os troncos lingüísticos dos povos tupis,
jês e aruaques. O primeiro, originou os tupis-guaranis, munducurus,
jurunas, ariquéns, tuparis, mondés, rumaramas, e puruborás. O
segundo, os camacãs, maxacalis, coroados, cariris e bororos. E o
terceiro, menor, os aruaques e aravaques. Todas essas tribos falam,
pelo menos, duas línguas e dois dialetos diferentes.
As
tribos não identificadas como ramificações das acima citadas e que
se mantiveram como troncos únicos são os caribes, panos, macus,
ianomãs, muras, tucanos, catuquinas, txapacuras, nambiquaras e
guaicurus. Além disso, uma minoria que não pôde ser classificada,
pois fugiu aos padrões lingüísticos estabelecidos, permaneceu como
tronco isolado.
Em
19 de abril de 1940, o I Congresso Indigenista Interamericano,
reunido no México, instituiu o Dia Pan-Americano do Índio. No
Brasil, esse dia foi oficializado graças ao empenho do Marechal
Rondon, em 1947. Em São Paulo, passou a ser comemorado apenas em
1951.
De
origem indígena, Rondon estimulou a criação do Serviço de
Proteção ao Índio (SIP), atual FUNAI, cuja responsabilidade é
preservar nossa memória cultural e, sobretudo, preservar a cultura
indígena. Sua tarefa principal é promover a educação básica dos
índios, demarcar, assegurar e proteger as terras por eles
tradicionalmente ocupadas, estimular o desenvolvimento de estudos e
pesquisas sobre os grupos indígenas, defender as comunidades
indígenas, despertar o interesse da sociedade nacional pelos índios
e suas causas, gerir o seu patrimônio e fiscalizar as suas terras,
bem como impedir as ações predatórias dos aproveitadores e outras
que ocorram dentro de seus limites e representem um risco à vida e à
preservação desses povos.
Iniciativas
como essa, em legítima defesa dos sofridos povos indígenas, são
cada vez mais raras em nosso tempo. Durante as festas do
cinqüentenário do descobrimento do Brasil , em 2000, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu que a Campanha da
Fraternidade seria ecumência; o tema "Dignidade humana e paz "
e o lema "Novo Milênio sem exclusões" abriram as portas
para o amplo debate social sobre o índio brasileiro. Nas
comemorações dos 500 anos do descobrimento das Américas, em 2002,
o tema da Campanha foi mais contundente: "Povos indígenas - por
uma terra sem males", uma justa e grata homenagem aos
verdadeiros "proprietários" da terra chamada por eles de
Pindorama.
É
também do
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