terça-feira, 12 de novembro de 2013

Diocese de São José do Rio Preto realiza formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2014


Para a Campanha da Fraternidade de 2014, a (CNBB) Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vai trabalhar no ano que vem a seguinte temática "Fraternidade e Tráfico Humano" (Gálatas -cap 5,1).
A Diocese de São José do Rio Preto por meio da equipe diocesana da Campanha da Fraternidade realizará no dia 24 de novembro, domingo, a partir das 7h30, no salão paroquial da igreja Catedral de São José, uma formação para tratar do tema.
Segundo a professora Áurea Cassiano Martins, coordenadora da CF, o objetivo é despertar a população sobre o problema que atinge milhares de brasileiros em situação de vulnerabilidade: o tráfico humano e o trabalho escravo. Podem participar do curso toda sociedade, líderes de movimentos pastorais e paroquiais. A formação será ministrada pelo advogado Ricardo Félix, ele é membro da Comissão Internacional dos Direitos Humanos e faz parte da Pastoral do Imigrante.
Dados 
Estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no início de junho de 2012, propõe uma estimativa global do número de vítimas do “tráfico humano”, conceito que inclui o tráfico para trabalho forçado e o tráfico para exploração sexual.
Em que pese o desafio de apreender um crime praticado na clandestinidade, a OIT estima esse número em 20,9 milhões, sendo 1,8 mi somente nos países da América Latina e Caribe: uma prevalência de 3,1 por mil, acima da média global. Do total mundial, a exploração laboral representa 78% (sendo 14,2 Mi pela economia privada e 2,2 Mi pelo Estado) e a exploração sexual, 22% (4,5 Mi); 74% das vítimas são adultos e 26%, crianças; 55% são mulheres, 45% homens; em 44% dos casos, essa exploração se dá no decorrer de uma migração, seja dentro do próprio país (15%) seja para fora do país (29%), percentagens que, no caso da 
exploração sexual, são bem diferenciados: 19% no país e 74% fora.
 Bem conhecido no campo brasileiro sob a figura do “gato”, o chamado aliciamento é um mecanismo encontrado sob todas as latitudes, tendo entre suas vítimas pessoas afetadas por uma ou várias características de vulnerabilidade da qual se aproveitam os 
traficantes.
A UNODC (Ofício da ONU sobre Drogas e Crime) estima em 140 mil, o número de pessoas – mulheres principalmente - traficadas e exploradas sexualmente em países da Europa. Entre elas, 13% são sul-americanas. A Espanha é um dos principais destinos, seguida de Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. Dentro do Brasil, uma pesquisa identificou 241 rotas de tráfico para fins de exploração sexual.
 Segundo a OIM (Organização Internacional para Migrações), o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes estão crescendo na América Latina em função do boom da demanda e da tendência em importar trabalho barato em condições precárias. 
 Entre 2003 e hoje, a CPT identificou no Brasil cerca de 250 casos de trabalho escravo a cada ano, e as equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho já resgataram mais de 38.000 trabalhadores, principalmente no campo: no roço de pasto, na produção de carvão vegetal ou em grandes lavouras. Em 2011 houve libertações em todas as regiões do país, num total de 2501 pessoas, sendo 613 delas em atividades não agrícolas.
Apesar das denúncias gritantes oriundas da Igreja desde o início dos anos 1970 e da mobilização de amplos setores da sociedade, o poder público brasileiro assumiu tardiamente a responsabilidade de enfrentar as várias formas de tráfico humano: Grupo de fiscalização móvel (1995), Plano nacional de erradicação do trabalho escravo I e II (2003 e 2008), Política e Plano nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas (2006 e 2008). 

Nenhum comentário: