domingo, 9 de maio de 2010

Comunidade Café das Letras, poetas e as MÃES


Letícia Cesario
e sua CARTA À MINHA MÃE

Hoje eu olhei na estante. E lá estava o livro com a história que costumava me contar. Lia-o entre batidas fortes de meu coração e expressões assustadas em minha face infantil. Mas ele sempre tinha um final feliz...

Hoje olhei-me ao espelho e me senti tão sozinha. Senti saudade do teu sorriso a me afagar, do teu olhar que protegia, de tuas mãos que acalentavam, de tuas palavras que embalavam...

Hoje, novamente, tive medo ao dormir. Mas não tinha a tua presença a meu lado para me acalmar...e criança novamente me senti, a chamar pelo teu nome e pedir abrigo em teu peito...
...sempre tive espaço em teus braços!

Hoje lembrei-me do quanto você já me fez falta...
Lembrei de teus cabelos em forma de cachos e toquei os meus, numa busca por assemelhar-me à ti...

Lembrei do quanto chorei no dia de sua partida e de quanto me revoltei por você ter me deixado...
...eu ainda não entendia!

Sinto tua falta todos os dias, todos os segundos de minha vida nesses quase dezessete anos desde sua partida.

Ainda sinto teu coração vibrante e teu sorriso largo de olhos de esmeralda...
Invejo os que me precederam na partida e tiveram a oportunidade de contigo poder estar. Almejo por sonhos que me levem a contigo ficar...nem que seja por alguns segundos...nem que eu acorde com uma leve sensação de teu abraço poder sentir.

Hoje, escutando meu filho chamar-me de “mãe”, emocione-me...
A quanto tempo não digo esta palavra em som alto, com uma resposta imediata...
Não sou a melhor das mães, mas tento ser aquilo que você foi para mim nos quatorze anos em que tive o privilégio de conviver contigo. Tento ser para ele o que sei que serias – e foi - para mim.

Hoje, meu filho é meu melhor amigo. Compartilhamos sorrisos e confidências inusitadas e quando olho em teus olhos posso novamente sentir a tua presença, pois ele é fruto do amor que começou em ti...

Transformo minha saudade em sorrisos entremeados por lágrimas e onde quer que tu estejas, sempre serás parte de mim...
**
Dalton Luiz Gandin
e seu MÃE

quando o sol
nascer gira-sol girando
na barriga do teu amor
quando a luz
pela fresta da janela
brilhar dos teus olhos
vou acordar os meus sonhos
abrir a tua realidade
vou sentir lá fora
por dentro um coração
de portas bem abertas
para eu entrar e me perder
em teu seio.

***
Maria Eugenia
e seu HOJE SEU RETRATO

Hoje
um retrato
emoldurado na parede.
Uma jovem
com um filho nos braços.

Ontem
era ela.
Hoje
seu retrato.

Ontem
eu estava em seus braços.
Hoje
o desejo de um abraço
e uma dolorida saudade.

***
Celia R. Domingos
e seu HOJE NÃO É MEU DIA

Tantos ósculos,
Abraços, presentes
Dedicatórias em poemas

Que dia formoso
Como é bom
Ser reconhecida
Num dia tão belo

Como é bom escutar um eu te amo
Como e bom o calor do abraço
Como seria bom se eu sentisse
que sou amada!

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2 comentários:

Marô disse...

Ficou muito lindo. Parabéns Página da Vida e parabéns Café!!!

Dalton Luiz Gandin disse...

Errata: Onde se Lê: "gira- sol" leia-se: "girassol" - O poema fica assim:

MÃE

quando o sol
nascer girassol girando
na barriga do teu amor
quando a luz
pela fresta da janela
brilhar dos teus olhos
vou acordar os meus sonhos
abrir a tua realidade
vou sentir lá fora
por dentro um coração
de portas bem abertas
para eu entrar e me perder
em teu seio.

Dalton Luiz Gandin