segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dia do Nascimento de Artur de Azevedo



Artur de Azevedo assistiu a mais de cem peças escritas por ele, de vários gêneros, encenadas em palcos nacionais e portugueses. Seu nome continua vivo até hoje, como a mais expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos.


O dramaturgo Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu no dia 7 de julho de 1855, em São Luís, Maranhão.
Aos 8 anos de idade, Artur já demonstrava tendência para o teatro. Brincava com as adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo e pouco depois passou a escrever as peças que ele mesmo representava.
Começou a trabalhar no comércio muito jovem, mas logo se empregou na administração provincial, da qual foi demitido por ter publicado sátiras contra o governo. Na mesma época, lançou suas primeiras comédias nos teatros de São Luís. Aos 15 anos, escreveu a peça Amor por anexins, que teve grande êxito, com mais de mil representações no século XIX.
Por incompatibilidade com a administração provincial, Artur participou de um concurso aberto em São Luís, para o preenchimento de vagas de amanuense da Fazenda. Nomeado para o cargo, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1873 e conseguiu emprego no Ministério da Agricultura.
Foi professor de português no Colégio Pinheiro, mas foi atuando como jornalista que pôde desenvolver atividades que o projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. Fundou publicações literárias como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum; também foi colaborador em A Estação, ao lado de Machado de Assis e no jornal Novidades, com os companheiros Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto.
Artur defendia a abolição da escravatura e escreveu textos sobre esse tema em artigos de jornal, cenas de revistas dramáticas e peças dramáticas como O liberato e A família Salazar (escrita em colaboração com Urbano Duarte e proibida pela censura imperial, embora tenha sido publicada mais tarde com o título de O escravocrata).
Artur de Azevedo escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos de artes, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve em O País ("A Palestra"), Diário de Notícias ("De Palanque") e A Notícia (o folhetim "O Teatro").
Seus pseudônimos eram muitos: Elói, o herói; Gavroche; Petrônio; Cósimo; Juvenal; Dorante; Frivolino; Batista, o trocista; X.Y.Z; dentre outros.
A partir de 1879, dirigiu a Revista do Teatro, com Lopes Cardoso. Durante três décadas, foi responsável pela campanha para a construção do Teatro Municipal. Infelizmente, não pôde colher os louros da vitória, pois não assistiu à sua inauguração.
Em 1889, reuniu alguns contos no livro Contos possíveis, dedicado a Machado de Assis, que era seu companheiro na Secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos.
Em 1894, publicou o segundo livro de contos curtos, Contos fora de moda, além de mais dois volumes: Contos cariocas e Vida alheia, coletânea de contos por ele escritos nos vários jornais em que colaborava.
Na literatura e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor de assuntos do cotidiano carioca e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas era material para seus contos.
Artur de Azevedo assistiu a mais de cem peças escritas por ele, de vários gêneros, encenadas em palcos nacionais e portugueses. Seu nome continua vivo até hoje, como a mais expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos.
Dedicou-se também à poesia e foi um dos representantes do parnasianismo. Era um poeta lírico e sentimental. Faleceu no dia 22 de outubro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro.
Obras: Carapuças, Sonetos, Um dia de finados, Contos possíveis, Contos fora da moda, Contos efêmeros, Contos em verso, Rimas, Contos cariocas, Vida alheia, Histórias brejeiras, Contos.
No teatro: Amor por anexins, A filha de Maria Angu, Uma véspera de reis, Jóia, O escravocrata, (em colaboração com Urbano Duarte), A almajarra, A capital federal, O retrato a óleo, O dote, O oráculo, Teatro.

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