sábado, 30 de julho de 2011

Selo homenageia o centenário do nascimento de Paulo Gracindo


Os Correios lançaram no último dia 16 de julho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), um selo (de emissão comemorativa), de tiragem limitada com 600 mil exemplares, em homenagem ao centenário do nascimento de Paulo Gracindo, homem e personagem, um dos mais prestigiados atores do Brasil,
reconhecido por sua expressiva obra dedicada às plateias dos grandes palcos. O selo tem valor facial de R$ 1,85 e pode ser adquirido nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).
Na composição da imagem do selo, que tem como fundo a cor preta, o artista Paulo Baptista, utilizou elementos que reportam à vida artística do ator e exprimem seu caráter, carisma e valor, que sempre marcou e potencializou os personagens por ele interpretados. À direita, a expressividade de seu rosto simboliza a vida, e a película cinematográfica sintetiza sua paixão pelas artes dramáticas, televisão e cinema. À esquerda, as máscaras simbolizam a representação no teatro. Essa composição dinâmica expressa-se na frase de sua autoria – “Eu vivi no palco e representei na vida”. No canto inferior esquerdo a logomarca do Mercosul, por tratar-se de uma emissão comum aos seus países membros. Foram utilizadas as técnicas de
ilustração digital, simulando o guache, e retícula estocástica na impressão em ofsete a quatro cores.


HISTÓRICO
Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo, este é o nome de batismo de Paulo Gracindo, filho de Argentina e de Demócrito. Fazia graça com seu nome, afirmando que uns o chamavam de Pelopes, outros de Petrópolis, e até de Envelope. Mudou, no palco, o seu nome para Paulo Gracindo. Nasceu em 16 de julho de 1911, na cidade do Rio de Janeiro. Ainda bebê mudou-se com a família para Alagoas, de onde saiu aos vinte anos para iniciar sua carreira no Rio de Janeiro.
Seu pai, prefeito de Maceió, tinha acabado de realizar sua grande obra, o Teatro Deodoro. Apesar disso, dizia que nunca um filho seu pisaria num palco. Contrariando a vontade do pai, e com obstinação e enorme talento, Paulo tornou-se radialista, comunicador e ator de enorme sucesso.
Depois de ir de Maceió para o Rio de Janeiro “a pé”, como ele gostava de dizer, começou a procurar trabalho como ator enquanto terminava a faculdade de Direito. Dormia em praças e pedia dinheiro emprestado aos poucos parentes com quem contava, até que entrou para o Grupo de Teatro
Ginástico e começou a fazer pequenos trabalhos como ator e a dar seus primeiros passos no rádio.
Em pouco tempo, transformou-se num excelente radioator e, sentindo-se seguro, pois tinha um emprego fixo – coisa rara na época nessa profissão – casou-se, em 1942, com Dulce, com quem teve quatro filhos: o também ator Gracindo Júnior, Lenora, Lucilla e Teresa.
Nos anos de 1950, Paulo Gracindo era o Primo Rico, personagem do quadro O Primo Rico e o Primo Pobre do programa humorístico Balança mas não Cai, da Rádio Nacional, que se tornou um grande sucesso no país, transformando-se, posteriormente, em filme e programa de TV. Outro personagem inesquecível, a quem Paulo Gracindo deu vida, foi Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado, criado nos anos de 1970, década de ouro do ator. O sucesso foi tanto que, na década de 1980, O Bem Amado virou série na TV e Odorico Paraguaçu ficou no ar por mais cinco anos com grande sucesso de público e de crítica.
Artista completo, atuou em inúmeros filmes, seriados, programas de rádio, de TV e novelas, vivenciando personagens marcantes. Entre as telenovelas em que trabalhou estão: A Próxima Atração, Bandeira 2, Os Ossos do Barão, Gabriela, O Casarão, Roque Santeiro, Mandala, Rainha da Sucata e Vamp. Também se dedicou ao cinema, atuando em filmes como O Meu Dia Chegará, Estrela da Manhã, Anastácio, Onde Estás, Felicidade?, A Falecida, Amor Bandido, e Exu-Pia, coração de Macunaíma. No teatro, trabalhou em Linhas Cruzadas, Frank Sinatra 4815, O Jogo do Crime e, com Clara Nunes, em Brasileiro, Profissão Esperança. Sob a direção de seu filho, Gracindo Jr., atuou nas montagens teatrais Num Lago Dourado e A
História é uma História. Em comemoração aos 50 anos de carreira do pai, Gracindo Jr, em 1980, montou e dirigiu o espetáculo Paulo Gracindo, Meu Pai, com atuação de Paulo Gracindo.
Na década de 1980, mesmo apresentando os primeiros sintomas do mal de Alzheimer, continuou atuando na TV e no teatro. O ano de 1993 marcou suas últimas aparições na TV: na minissérie Agosto e no especial O Besouro e a Rosa. Morreu aos 84 anos, em 04 de setembro de 1995.
A homenagem mais recente a Paulo Gracindo é o documentário de longa metragem Paulo Gracindo – O BEM AMADO, produção e direção de seu filho.


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