sábado, 16 de abril de 2011

Correios registram os 300 anos da cidade de Mariana - Minas Gerais com selo e cartão

Com o compromisso de mostrar as riquezas culturais do Brasil, os Correios focalizam, nesta série dedicada às Cidades Históricas, a cidade de Mariana, registrando suas peculiaridades e seu significado para o Estado de Minas Gerais e para o País, na comemoração histórica de seus 300 anos. 
O lançamento das peças filatélicas
 aconteceu no último dia 8 de abril.
Com arte de Luciomar S. de Jesus, no canto esquerdo, o selo retrata a igreja São Francisco de Assis, construída entre 1762 e 1794, e a igreja de Nossa Senhora do Carmo, cuja construção teve início em 1783 e foi concluída no século seguinte. Localizadas na praça Minas Gerais, as igrejas parecem dialogar. Acima, uma vista parcial de Mariana pintada em azul, emoldurada por rocalhas em azul e vermelho, invocando a paleta criativa de Mestre Ataíde, o grande pintor colonial brasileiro nascido em Mariana. No centro da composição, a Maria Fumaça, que liga Mariana a Ouro Preto, e o pelourinho, repleto de elementos: o globo (conquistas marítimas portuguesas), a balança (justiça), a espada (condenação) e o brasão português. No canto inferior direito, a Casa da Câmara e Cadeia construída na segunda metade do século XVIII, o prédio mantém preservadas as características e a história de uma época de riqueza e poder. Foram utilizadas as técnicas de pintura e computação gráfica.
Com uma tiragem de 240 mil exemplares, cada selo custa R$ 1,10. Já o cartão-postal, têm uma tiragem de 3 mil unidades ao preço de R$ 1,05 cada.
As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).

HISTÓRICO
As notícias da descoberta de ouro na região das minas, hoje chamada de Minas Gerais, se espalharam pelo Brasil e chegaram a Portugal. Milhares de pessoas acorreram à região em busca de riqueza.
Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas, liderados por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, encontraram ouro no Ribeirão Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo assumiu uma função estratégica no jogo de poder determinado pelo ouro.
Não tardaram os conflitos armados na zona aurífera, gerando insegurança. A Metrópole (Portugal) realizou uma ação decisiva: desmembrou do Rio de Janeiro a capitania constituída por São Paulo e Minas Gerais, a fim de policiar melhor a região, enviando, em 1709, o governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, que ali fixou residência.
O marco inicial para Mariana é o ano de 1711, quando um ato do citado governador, de 8 de abril, elevou o arraial à categoria de vila, sob a denominação de Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo de Albuquerque, nome modificado quando de sua confirmação por Dom João V, em 14 de abril de 1712, para Vila Leal de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo.
Segundo as determinações metropolitanas, foi implantada, em 04 de julho de 1711, uma estrutura administrativa e judiciária, a primeira Câmara das Minas Gerais com o mesmo status da Câmara da cidade do Porto, em Portugal.
A Vila, em pouco tempo, transformou-se no principal centro de comércio e instrução de Minas Gerais. Entre a dificuldade em estabelecer a ordem na Vila e o trabalho para conter as revoltas com a cobrança de impostos pela Metrópole, foi criada, a 2 de dezembro de 1720, a capitania independente de Minas Gerais.
Mariana tornou-se o ponto convergente do movimento extrativo do ouro. Por isso, em outubro de 1730, foi estabelecida uma linha de Correio Ambulante entre Rio, São Paulo e Mariana, a fim de que fossem estabelecidos contatos mais rápidos e eficazes com as autoridades reais, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em 1745, por ordem do rei de Portugal Dom João V, a Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo foi elevada à cidade com o nome de Mariana – uma homenagem à rainha Maria Ana D’Austria, sua esposa.
Além de ter se transformado no centro religioso do Estado, Mariana tornou-se a primeira capital de Minas Gerais. Para uma cidade de tamanha importância, viu-se necessário um plano urbanístico. Ruas em linha reta e praças retangulares são características da primeira cidade planejada de Minas e uma das primeiras do Brasil.

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