sábado, 10 de julho de 2010

Correios retratam em selo a Vila de Paranapiacaba


O PARAíSO NO SUL DE SÃO PAULO

Esta emissão de selo postal que os Correios emitem no próximo dia 17 de julho na cidade de Santo André (SP), focaliza a importância histórica e turística da Vila de Paranapiacaba ou Vila Inglesa, famosa pela frequente neblina e, especialmente, pelo conjunto arquitetônico das edificações em estilo inglês, no qual se destaca, reconstituída, a estação ferroviária, com seu original relógio londrino fixado abaixo de uma bela cúpula, no alto da torre de tijolos maciços vermelhos.
O selo mostra uma locomotiva a vapor em movimento, conhecida pela população brasileira como Maria Fumaça. Sobre fundo na cor verde, a Mata Atlântica da Serra do Mar e uma vista parcial da Vila Inglesa de Paranapiacaba, localizada no interior do município de Santo André, no Estado de São Paulo, com suas casas e alojamentos em estilo inglês. É mostrada, ainda, em destaque, a torre de tijolos maciços com sua peculiar cúpula e o característico relógio londrino da estação ferroviária, que confere uma atmosfera britânica ao local. O conjunto de edificações e o entroncamento ferroviário ali existente é um dos mais significativos exemplos da arquitetura e da engenharia ferroviária inglesa de fins do século XIX. A estação ferroviária, atualmente, é um dos ícones do turismo local. O selo é uma criação do artista Darlan Rosa que utilizou as técnicas de desenho e computação gráfica.
Serão emitidos 300 mil selos, com valor facial de R$ 1,05 e poderá ser adquirido nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).

HISTÓRICO
A Vila de Paranapiacaba é um grande marco histórico do Município de Santo André e do Estado de São Paulo. Construída em decorrência da expansão da estrada de ferro Santos-Jundiaí, registra um período da história brasileira, no século XIX, de forte influência da cultura britânica, cujo legado é revelado, entre outros aspectos, na arquitetura e na tecnologia empregada na engenharia.
Encravada na Mata Atlântica, a ocupação da área se deu por volta de 1860 com a implantação da via férrea da São Paulo Railway. Em 1874, foi inaugurada a Estação do Alto da Serra, posteriormente denominada Paranapiacaba, que, em tupi-guarani, significa “de onde se avista o mar”.
Com o término das obras, a Vila se transformou em residência de operadores e mantenedores do tráfego ferroviário, tendo sido ampliada para suprir a demanda habitacional gerada pela duplicação do sistema funicular. Concluído no final de 1901, esse sistema era movido por máquinas fixas e tracionado por meio de cabos, ideal para suplantar os acentuados desníveis do terreno.
As funcionalidades de seu projeto de urbanização foram consideradas inovadoras para a época. As casas eram divididas hierarquicamente, conforme as funções exercidas pelos funcionários: casas geminadas de quarto em madeira, usadas pelos ferroviários casados; casas dos engenheiros, avarandadas, inicialmente feitas em madeira e, depois, em alvenaria, consideradas de alto padrão; e as casas dos solteiros, que eram alojamentos simples, em madeira, dotados de dormitórios, sanitários, chuveiros e pequena cozinha.
A Vila de Paranapiacaba é um atrativo turístico peculiar, que guarda a história e os registros desse tempo. Em 1987, foi tombada pelo Patrimônio Estadual (CONDEPHAAT); em 2000, pelo World Monument Fund como Tesouro Cultural Mundial; em 2002, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN; e, em 2003, pelo Patrimônio Municipal (COMDEPHAAPASA). Deverá, em breve, ser reconhecida pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, devido ao expressivo parque ferroviário, um dos mais relevantes exemplos da tecnologia inglesa do século XIX. A estação é utilizada, atualmente, para o turismo ferroviário.
Além dos atrativos históricos, arquitetônicos e culturais, a Vila está localizada em um recanto ambiental úmido e montanhoso, muito próximo ao litoral paulista, que mantém uma parcela significativa da Mata Atlântica, um dos mais ricos biomas mundiais.

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