domingo, 12 de abril de 2009

Antônio Carlos Aboriham Gonçalves e sua (nossa) SAUDADES DE MARAPUAMA


Saudade me leva, pra longe saudade
Prá minha cidade eu quero voltar
Voltar pra minha rua de terra batida
Ver o céu colorido, a noite, o luar
Saudade me leva, pra longe saudade
Pro tempo que eu era um pobre “piá”
Correndo descalço, chutando minha bola
No campo de terra da escola de lá

Saudade me leva, pra longe saudade
Pra comprar fiado no armazém do “ Seu Chico”
Para no boteco, na venda, na esquina
Prosear com a menina, com o padrinho, com o Dito
Ver o sol se pondo na rua empoeirada
Sentar na calçada, na cadeira ou no chão
E ouvir do meu pai histórias antigas
E o papo amigo, do amigo, do irmão

Saudade me leva , pra rua enfeitada
Pros dias de festa e de procissão
Ir na frente da fila batendo matraca
Queimando os meu pelos com a vela na mão
Para para ouvir na frente de casa
A moça cantando a ressureição
E ver a moçada passeando animada
O correio elegante, a pipoca , o quentão

Saudade me leva, pr’aqueles domingos
Pro meio do campo do time de lá
Jogar na defesa, no meio, no ataque
Sentir a beleza de ser seu maior “craque”
Saudade me leva prás noites de espera
De um ano novo com “Papai Noel”
Meu povo unido no quarto aquecido
Sonhos coloridos num pedacinho do céu

Saudade me leva , pra mangueira copada
Pr’aquela varanda, pr’aquele quintal
Pra velha garagem, a brincar de morada
Pobres roupas esticadas, naquele varal
Saudade me leva, pra longe saudade
Pra minha cidade, que ainda me ama
Me leva nas asas dos meus pensamentos
Me leva aos bons tempos , de Marapuama

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