sexta-feira, 1 de agosto de 2008

No mês de cachorro louco e de muita vacinação contra raiva,uma poodle adota seis pitbulls



A poodle Nina, de 4 anos, tem vocação para ser mãe. Há quatro dias, a cachorrinha adotou seis filhotes de pitbull que ficaram órfãos no bairro Eldorado, região norte de Rio Preto. Não foi a primeira vez que demonstrou instinto materno: Nina já criou cinco gatos, inclusive o último, Toquinho, mora com ela até hoje, e só recebe menos atenção que os filhotinhos. A mãe biológica dos filhotes, Lana, pertencia a Edson Pereira de Souza e morreu há uma semana durante o parto. Edson ficou muito chateado, principalmente porque a morte do animal de estimação aconteceu no dia do aniversário dele, mas tocou em frente. Levou os cachorros ao veterinário e voltou para casa com muitas orientações e missões. Ou seja, teria que realizar as tarefas de Lana. A cada duas horas, era obrigado a passar algodão nos órgãos genitais dos cachorrinhos para incentivá-los a fazer as necessidades. Não só. Os filhotes precisam ser alimentados com leite. Uma mamadeira foi usada na empreitada. O pai dos filhotes, Huck, entrou em depressão após a morte da parceira. Passa a maior parte do tempo dentro da casinha. A vizinha de Edson, a assistente social Maria Tereza Bochio, foi conhecer os pitbulls e fez uma sugestão em tom de brincadeira. “Você quer uma mãe para os filhotes?” Falava de Nina. Edson não colocou muita fé, mas quis ver se a adoção daria certo, mesmo os animais sendo de raças tão diferentes. Pegou os seis filhotes e os levou para Nina. Não demorou para a cachorra tratá-los com se fossem seus filhotes. “Não acreditei. Fiquei pasmo. Em pouco tempo saía leite das tetinhas.” Com o passar dos dias, dois dos cachorros morreram. Nina assumiu definitivamente a função de mãe: dá leite com freqüência, cuida e limpa os filhotes. Não deixa ninguém chegar perto quando está amamentando. “Eu já sabia que era assim, mas não acreditava que com tanta rapidez adotaria os cachorros. Ela tem essa capacidade bonita,” afirma Maria Tereza. A poodle teve filhotes biológicos com um ano e meio de vida. Um ano depois, um gata deu cria no telhado e os três gatinhos caíram no quintal. Depois de sobreviverem ao tombo, ganharam uma mãe diferente. A cachorra agora vive dias sem sossego. Os filhotes mamam, dormem e acordam novamente para mamar. São implacáveis. Quando estão acordados, não dão trégua. A rotina de vida mansa está suspensa por enquanto. Além dos filhotinhos, ainda arranja tempo para cuidar de Toquinho e da casa. Maria Tereza afirma que Nina é um doce em casa. É tranqüila e tem boa convivência com Matheus, Gabriel e Diego, os filhos da assistente social. Mas a cachorra se transforma quando sente que há perigo na rua. Late e dá o alarme para a família.
( matéria extraída do jornal diário da região - Instindo maternoPoodle Nina ‘adota’ seis filhotes de pitbullSão José do Rio Preto, 31 de julho de 2008).

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