segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Fragmentos de um Povo" de Herick Mem em exposição no Riopreto Shopping Center


Reflexão social também marca o início de 2012 no Riopreto Shopping Center. O centro de compras é o primeiro local a receber a inédita exposição “Fragmentos de um Povo”, que reúne imagens feitas pelo fotógrafo Herick Mem em comunidades brasileiras em situação de risco social. A exposição será de 11 a 25 de janeiro, na Praça 2 de Eventos.
 A exposição “Fragmentos de um Povo” tem o objetivo de sensibilizar as pessoas para populações que são excluídas devido à ineficácia das políticas públicas. “É um panorama da vida daqueles que vivem estagnados, à margem de uma sociedade em pleno desenvolvimento equivocado”, destaca o fotógrafo, que durante um mês passou por comunidades no sudeste e no nordeste do país.  
 Para Herick Mem, vivemos em uma época onde a principal mudança que devemos ter em mente é a do fator comportamental de cada indivíduo. “Devemos cobrar a mudança de hábitos dos nossos políticos, porém, se o indivíduo não muda, também não mudam os seus governantes.”
 Fotografia documental – O projeto que dá vida a exposição começou com um convite que o fotógrafo recebeu da agência “Ah,Lá Comunicação”, de Brasília, em junho de 2011, para acompanhar a equipe que produzia o documentário “UniãoBrasil” para a União Europeia.  
 “Passei por seis estados, incluindo o de São Paulo, onde pude conhecer pessoas e lugares muitas vezes esquecidos pelo poder público. Entre eles, o edifício de ocupação Prestes Maia, no centro de São Paulo, a comunidade Nova Aliança, e o Complexo do Alemão, ambos no Rio de Janeiro. Nesse último local, três homens armados levaram minha câmera com todas as fotos que havia feito na comunidade”, conta.
 O fotógrafo também visitou a favela Canabrava, em Salvador (BA) e pequenas cidades do sertão pernambucano como Santa Filomena, Cabrobró, Salgueiro, além da região dos Cocais, no litoral piauiense. No Ceará, visitou centros precários de apoio a pessoas com deficiência em Fortaleza e, em um deles, conheceu Maria da Penha, mulher cujo nome deu origem à lei em favor das vítimas de violência doméstica.  
 Conforme Herick Mem, a fotografia documental transcende a barreira da linguagem, aumenta significativamente nossa compreensão do mundo e agrega à vida cotidiana uma percepção mais aguçada da realidade da qual fazemos parte.
 Trajetória – Herick Mem é um artista. Mas muito antes de saber que é, ele passou por processos e etapas típicos de sua geração. Uma geração de jovens que descobriu através de referências muito distintas numa época de efervescência da internet e muita informação visual nos mais variados meios a importância da imagem para todos os fins.
 A primeira vez que ele viu o trabalho do designer gráfico californiano David Carson, ficou maravilhado, embora tenha desenvolvido uma visão um tanto quanto distinta do designer, que acabou se transformando em um ícone de ousadia para ele, com sua técnica transfigurativa e inebriante.
 Aos 18 anos, Herick, mesmo que meio sem se dar conta, dava seus primeiros passos na arte do design gráfico, fazendo alguns trabalhos insólitos em uma danceteria onde trabalhava como divulgador e também produzindo alguns cartazes de campeonatos de skate para alguns amigos.
 Ele desconfiou que aquilo não fosse um passatempo bobo, uma forma de garantir uns trocados ou até mesmo impressionar os amigos. Percebeu que podia ser bem interessante enveredar profissionalmente neste universo tão mágico das artes gráficas. Na época estudava arquitetura e considerava fundamental para seu desenvolvimento artístico e ideológico.
 Alimentar esta nova etapa com todo tipo de informação disponível passou a ser muito importante. Ele buscou nos livros e revistas tudo o que imaginava ser imprescindível aprender. Só faltava botar a mão na massa. Mas agora ele sabia que teria que ser profissionalmente. Em menos de dois anos, estava empregado em uma agência de publicidade.  
 Uma nova etapa começava. Longe de casa, trabalhando, aprendendo, buscando o desenvolvimento e o conhecimento técnico que os novos amigos profissionais lhe ofertavam. Agora era um artefinalista.
Três anos depois ele resolve que era hora de experimentar a fotografia. Não que já não tivesse contato com ela. Na verdade, o irmão mais velho, fotógrafo profissional, já havia apresentado o universo magnético e encantador da fotografia ao jovenzinho, então com 15 anos, onde os irmãos passavam horas a fio, revelando e ampliando fotos em um laboratório improvisado em sua casa.
 Com apoio de seus chefes, formatou um departamento de fotografia dentro da produtora de vídeo, braço da agência de publicidade que trabalhava. A fotografia foi tomando o seu cotidiano e o sonho de se tornar arquiteto perdeu força diante da atmosfera das imagens à que ele se entregava diariamente. Hoje é fotógrafo no segmento publicitário e foto documentarista.
 Mas suas buscas são constantes e com a mesma energia da pré-juventude ele mantém a pesquisa e a busca de respostas para tudo que o intriga. A filosofia faz parte de sua vida, sendo o pilar fundamental da consistência em seus trabalhos, e executar um trabalho tecnicamente competente já não basta. Ele deseja que as pessoas sintam seu trabalho tanto quanto o vêem. Só assim se sente bem sucedido.

EXPOSIÇÃO
 "FRAGMENTOS DE UM POVO"
11 a 25 de janeiro
Praça 2 de Eventos do Riopreto Shopping Center

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