sábado, 7 de janeiro de 2012

Folia de Santos Reis de Potirendaba - SP, completa 75 anos com festa na Guajuvira - SP



Seis toneladas de carne bovina, 800 quilos de lingüiça, 15 mil pães e um caminhão de sorvetes vão ser servidos na tradicional Festa de Reis no bairro rural de Guajuvira, em Potirendaba. A expectativa dos organizadores é de público entre 12 e 15 mil pessoas. A comemoração é hoje, a partir das 14 horas, no km 14 da vicinal José Aguiar, que liga Potirendaba a Mendonça. A entrada e os alimentos são gratuitos. Os participantes pagam apenas pelas bebidas. 
A festa ocorre há 75 anos e pessoas de toda a região prestigiam. O empresário José Alberto Hischiavam, 39, de Rio Preto, há seis anos comparece religiosamente à Guajuvira. E leva toda a família. “Eu vou com minha esposa, meus dois filhos, minha mãe, cunhados”, diz. Além da presença, o empresário sempre recebe a bandeira de Reis em casa e colabora com a festa. Esse ano doou uma novilha. “Sou muito devoto e sempre que preciso peço ajuda a eles”. 
O aposentado Brás de Siqueira, 70, carrega a tradição familiar e participa desde os 8 anos de idade da festa. “Começou com o meu bisavô, passou para o meu avô e eu dou sequência”. Para não perder o costume, o aposentado leva toda a família. E ele não vai apenas para agradecer as graças alcançadas. Além de colaborar na organização do evento, Siqueira participa das apresentações. Hoje, ele vai ajudar nos cânticos. 
De acordo com o presidente da comissão organizadora, João Antonio Laureiro, foram abatidos 34 novilhas e seis porcos. O caminhão de sorvetes deve distribuir 15 mil picolés. Tudo adquirido através de doações da população. “Nós começamos a passar a bandeira pelas casas em setembro e reunimos as doações”. Na tarde de ontem, cerca de 200 pessoas ajudaram, voluntariamente, na organização do local. 
O lucro obtido com a venda das bebidas também vai ficar para a comunidade. “Para ajudar na manutenção da capela durante todo o ano”, disse. Durante o período de arrecadação, Laureiro exalta a hospitalidade e devoção demonstrada pelos moradores. “A maioria nos recebe de portas abertas e a gente não faz diferença entre quem doa mais ou menos. O tratamento é igual”.
 Desde 1992 na presidência da comissão, Laureiro só tem uma explicação para a continuidade da festa: devoção. Em todo ano, é nomeado um festeiro - pessoa que oferece a comemoração como forma de agradecer a bençãos alcançadas. Esse ano, o festeiro é o operador de máquinas Ede Carlos Borges, 40 anos. Ele ajudou durante toda a campanha de arrecadação e na organização da festa. Tudo devido à ajuda que recebeu. 
“Meu pai sofreu um acidente em 1998 e os médicos disseram que ele só tinha 6% de chances de sobreviver. A primeira coisa que me veio à cabeça foi pedir para os Santos Reis”, disse. O pai ficou por 17 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e recebeu alta após 26 dias no quarto. “Hoje em dia ele trabalha normalmente e está curado”. 
Além das comidas, a festa conta com a apresentação da Companhia de Reis da Guajuvira. O ritual da companhia é composto por três passagens, cada uma delas simbolizada por um arco de bambu enfeitado. A trupe deve atravessar cada arco. Quem conduz a todos é o Rei, responsável também por levar a bandeira. Painéis com fotos vão lembrar as festas do passado. Um presépio, de seis metros por três, também foi montado.


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