quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Campanha de Prevenção da AIDS é retratada em selos pelos Correios

Os Correios, por meio da emissão de oito selos (de emissão especial) e de uma cartilha educativa, criados pelo cartunista Ziraldo, focalizam os riscos de se contrair o HIV e as formas corretas de prevenção contra o vírus, em todas as fases da vida.
O lançamento das peças filatélicas acontece nesta quinta-feira (1º/12), na cidade de Brasília (DF).
Em São José do Rio Preto haverá o lançamento simbólico dos selos, numa parceria entre a Diretoria Regional dos Correios de São Paulo Interior e a prefeitura municipal de Rio Preto.
O ato solene acontece na Praça Dom José Marcondes, às 11 horas, e conta com a presença das autoridades: Dr. Valdomiro Lopes da Silva Junior, prefeito municipal de Rio Preto; Luiz Tadeu dos Santos, gerente da Região de Vendas dos Correios de Rio Preto; Dr. José Victor Maniglia, secretário municipal de saúde; Dr. Carlos Gilberto Menezello Romani, Promotor de Justiça; vereador Oscar Marques Pimentel, presidente da Câmara de Municipal de Rio Preto e Antônio Cícero Ferreira de Araújo, presidente do Conselho Municipal de Saúde.
Foram impressos 2.400 milhões de exemplares, e cada selo custa R$ 1,10 (1º Porte Carta Comercial).
Os selos podem ser adquiridos nas agências e na loja virtual dos Correios www.correios.com.br/correiosonline).



HISTÓRICO
No ano de 1981, jovens, anteriormente saudáveis, apresentaram sintomas de pneumonia e feridas na pele. Uma característica comum a essas pessoas chamava a atenção dos profissionais: todas eram homossexuais do sexo masculino. Assim começava a história da AIDS no mundo.
Rapidamente artigos foram publicados, informando as semelhanças entre os casos ocorridos, o que levou a imprensa, de forma equivocada, a usar a expressão “câncer gay” em seus relatos. Atualmente, sabe-se que a doença não está restrita a um grupo de risco específico e que a prevenção e os cuidados devem ser preocupação de toda a população.
No Brasil, grupos de organizações da sociedade civil e profissionais de saúde estavam empenhados em redesenhar a assistência pública à comunidade, o que ficou conhecido como movimento de reforma sanitária. Assim, surgiram as “Ações Integradas em Saúde”, que viriam a ser, futuramente, o Sistema Único de Saúde - SUS.
Em 1983, foram feitos os primeiros diagnósticos de AIDS no Brasil. Quase que imediatamente, o primeiro programa oficial de controle da doença foi implantado em São Paulo. Surgiram, também, as primeiras Organizações não governamentais – ONGs dedicadas à área e, em 1986, foi criada a Coordenação Nacional de DST/AIDS.
O conhecimento disponível sobre a doença acumulou-se rapidamente. Para os pesquisadores internacionais, havia fortes evidências do caráter infeccioso da doença. O vírus começou a ser chamado de “vírus da imunodeficiência humana”. E foi pela sua sigla em inglês – HIV – que ficou conhecido no Brasil.
Em 1988, a Organização Mundial da Saúde instituiu o dia 1º de dezembro como Dia Internacional de Luta contra a AIDS. Isso foi parte de uma estratégia de mobilização, conscientização e prevenção em escala global. A data foi observada também no Brasil, tornando-se mote para o lançamento de informações e campanhas educativas.

As campanhas oficiais de prevenção contra a AIDS, iniciadas ainda em 1987, mudaram de tom ao longo de sua história. No início dos anos 90, um discurso intimidatório, que reforçava a discriminação (baseado na ideia de que a AIDS não tem cura e mata), enfrentou a resistência dos movimentos sociais organizados. Com o passar dos anos, foi aceita a ideia de que a luta contra a discriminação e o preconceito e, também, a defesa da solidariedade e dos direitos das pessoas vivendo com HIV e AIDS faziam parte da prevenção.
Foi aprovada, em 1987, a primeira medicação com eficácia, ainda que limitada, contra a doença, o AZT. Em 1996, com o surgimento dos fármacos inibidores da protease e a utilização simultânea de múltiplas drogas, alcançou-se importante vitória na luta contra a manifestação do vírus. Essas ações detiveram a evolução da doença e evitaram o progresso da deterioração do sistema imunológico.
O Brasil adotou uma política de distribuição da medicação, via SUS, conhecida como tratamento universal. Essa estratégia mostrou-se eficaz e houve redução da mortalidade e diminuição dos gastos com o tratamento.
O início do novo século assinalou o reconhecimento do programa brasileiro de controle do HIV e AIDS como exemplo internacional. Suas características mais marcantes - a integração entre prevenção e assistência, a incorporação da perspectiva de direitos civis à prevenção, a universalidade, entre outras – são reflexos dos princípios legais do próprio Sistema Único de Saúde, mas, também, da evolução dinâmica da resposta da sociedade ao desafio representado por uma epidemia.
Olhando para o caminho percorrido nos últimos vinte e oito anos e reconhecendo o impacto decisivo desse conjunto de ações em dados expressivos, como a redução da mortalidade ou a estabilização da progressão dos novos casos, os avanços foram inegáveis. E isso foi, indubitavelmente, uma conquista do povo brasileiro. (Fonte: Myllene Muller, Consultora Técnica do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais - Ministério da Saúde).

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