quarta-feira, 22 de maio de 2013

Humorista catanduvense João Elias, o Salim Muchiba, lança livro hoje no Riopreto Shopping


O humorista, escritor e artista plástico catanduvense João Elias, conhecido nacionalmente pelo seu personagem Salim Muchiba, vem hoje a Rio Preto para o lançamento de seu 11º livro, “Tonico e Jesuíno - casos de um, piadas do outro.”, pela HN Editora. A obra é uma espécie de continuidade de seu livro anterior, “Casos de Tonico Bento - verdadeiros ou quase”, pela editora Nelpa, de São Paulo, no ano passado. 
Se no título anterior João Elias resgata o jeito dos contadores de causo do sertão paulista por meio das histórias narradas pelo personagem Tonico Bento, agora o personagem principal é Jesuíno, ou simplesmente Jeíno, afilhado de Tonico Bento. O livro traz biografia e as anedotas que João Elias sempre contou, mas dessa vez repetidas pelo personagem, que surge de repente, ainda menino, no sítio de Tonico Bento, sem lembrar ao certo sua origem, e logo por ele apadrinhado. 
No enredo, Jesuíno também dá dicas de culinária, que aprendeu com a madrinha Sinhá Olímpia, receitas que, na verdade, João Elias resgata de suas memórias. “Os livros são independentes, não é preciso ler o primeiro para entender o segundo, mas os personagens e as histórias se entrelaçam”, diz o escritor. 
Já nas primeiras páginas, João Elias explica sua intenção em relação às duas obras: “de pronto aviso aos sabichões - não escrevi com a pretensão de abobar o leitor diante de textos clássicos e sobre eles meditar, consciente de que conteúdo ‘papo cabeça’ neles não há, apenas ‘papo legal’”. 
Para criar os enredos, o autor foi buscar inspiração em “Alexandre e outros heróis”, de Graciliano Ramos, que reúne histórias de um típico mentiroso pertencentes à cultura nordestina, obra que também foi base para Chico Anysio criar o personagem Pantaleão. “Criei um enredo, pois se publicasse as histórias isoladamente seria a piada pela piada. Então pensei: preciso dar um outro rumo.” 
O livro é dividido em capítulos breves e em sua parte final também traz histórias presenciadas pelo escritor ou contadas a ele por seus protagonistas. Um exemplo é um bate-boca entre Marcos Plonka, o Samuel Blaustein (morto em 2011 vítima de um enfarte fulminante) e Magela, o Ceguinho, durante uma gravação da “Escolinah do Barulho”, história batizada no livro de “O cego e o safenado”. 
O humorista conversou ontem à tarde com o Diário e revelou que tem outros três livros prontos, nos quais explora outros gêneros além do humor, e que pretende lançar de forma independente. Um deles, “Operação Dom”, tem a trama focada no sumiço de um personagem apaixonado por Dom Quixote que supostamente enlouquece. 
Ao comentar seu processo de escrita, João Elias confessa ser impossível aliar a disciplina à produção de um romance. “Quem escreve romance não tem disciplina, isso enlouquece o sujeito. Tenho meu computador ao lado da cama e às vezes escrevo de madrugada. Quando estou viajando e tenho uma ideia costumo escrever um e-mail para mim mesmo com o texto, para depois encaixá-lo no livro.” 
Além da escrita, o artista dedica-se a seus shows pelo país, e está perto do fim de seu contrato com a Record, da “Escolinha do Gugu”. Para o ano que vem, planeja o lançamento de um filme com seu personagem Zé Bento, o caipira, numa homenagem a Mazzaropi. Batizado Antonio João Elias de Oliveira, o artista começou sua carreira aos 14 anos, na Rádio Difusora de Catanduva e chegou à Rádio Globo, no Rio. Sua maior projeção foi na “Escolinha do Professor Raimundo”, como o Salim Muchiba.  

“Tonico e Jesuíno - Casos de um, piadas do outro”.
Lançamento às 19h30, no Riopreto Shopping. 
Onde encontrar: livrarias e na loja virtual da Editora HN 
(www.hndigital.com.br),
 (Escrito por Diarioweb)

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