Os Correios, com esta emissão de selos da Série Relações Diplomáticas, enfocando aspectos da cultura brasileira, registra a presença do Brasil no Europalia 2011, evento que renovará o impulso à cultura do Brasil no exterior, propiciando um frutuoso diálogo cultural entre Brasil e Bélgica.
O lançamento das peças filatélicas aconteceu no dia 29 de outubro, nas cidades de Brasília/DF, Andenne/Bélgica, Rio de Janeiro/RJ e Salvador/BA.
Sobre os Selos
Para representar a diversidade cultural brasileira no Europalia 2011, foram impressos dois selos divulgando o Carnaval e o Candomblé. O primeiro, o carnaval representado pelo Mestre-Sala e pela Porta-Bandeira – símbolos máximos de charme e elegância do carnaval; ao fundo, a Praça da Apoteose. No segundo selo, a reprodução em pintura do quadro Acarajé de Iansan, no Ilê Oxumarê, do pintor Carybé. Estes selos evidenciam a cultura, o vigor e a criatividade do povo brasileiro. O artista Luciomar S. de Jesus utilizou a técnica de pintura – PVA sobre papel. Foram impressos 500 mil selos.
Sobre o Bloco
Também de autoria do artista Luciomar S. de Jesus, o bloco apresenta, na parte superior, o selo “Carnaval”, representado pelo Mestre-Sala e pela Porta-Bandeira - símbolos máximos de charme e elegância do carnaval; na parte inferior, o selo com a reprodução em pintura do quadro “Acarajé de Iansan, no Ilê Oxumarê”, do pintor Carybé. Ao fundo, em segundo plano, os mapas dos dois países, em todo o bloco, criando uma textura e dando ritmo à peça. Na lateral direita, consta a imagem de três fitas, representando as cores da bandeira da Bélgica e, na lateral esquerda, de duas fitas, representando as cores da bandeira do Brasil. Entre os dois selos foi inserido o título do bloco “Retratos do Brasil” e, abaixo deste, a logomarca do
evento Europalia 2011. Foram utilizadas as técnicas de pintura – PVA sobre papel e computação gráfica. A tiragem é de 50 mil blocos.
As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).
HISTÓRICO
Criado em 1969, o Europalia é um importante Festival Internacional de Artes realizado, a cada dois anos, na Bélgica e países limítrofes (França, Holanda, Alemanha e Luxemburgo), com o objetivo de celebrar a cultura dos países homenageados. O Festival disponibiliza uma vasta quantidade de museus, teatros, cinematecas, casas de espetáculo, salas de concerto e equipamentos multifuncionais em diversas cidades europeias, para viabilizar aos países homenageados espaços para exibições, promoções e debates dos muitos aspectos de seus patrimônios culturais.
Em 2011, o Brasil é o país-tema do Festival Europalia. O convite, realizado em 2009 pela direção do evento, foi aceito pelo Governo Brasileiro com grande satisfação. Tal atitude levou em conta a excelente oportunidade apresentada pelo Festival de se promover a cultura brasileira junto ao
público, ao mercado e aos formadores de opinião europeus, neste momento em que a economia brasileira avança de forma sustentada, e o Brasil ganha destaque no cenário internacional como uma das principais nações emergentes.
Vislumbrou-se, principalmente, no Festival Europalia.Brasil a possibilidade de assegurar, de forma privilegiada, a promoção da imagem do Brasil no coração da Europa, a melhoria das relações políticas e econômicas com alguns dos principais parceiros europeus, a abertura de novos mercados e oportunidades para artistas e criadores brasileiros, com o consequente fortalecimento da produção cultural nacional e estímulo a sua renovação, a melhoria da inserção do Brasil e de seus artistas e criadores no circuito internacional de mostras, festivais, feiras e exposições, e a ampliação do diálogo com a União Europeia em áreas que interagem fortemente com a cultura, tais como educação, turismo, novas tecnologias, ciências sociais e exatas, comércio, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Os principais eventos do Europalia são realizados tradicionalmente em Bruxelas, capital belga e europeia, mas, também, em outras cidades da Bélgica, França, Holanda, Alemanha e Luxemburgo. Projetado para ser um evento multidisciplinar cultural, o Festival é voltado à promoção da riqueza e diversidade cultural do país convidado. Por meio de uma variedade de eventos é oferecido ao visitante um panorama completo da arte e cultura do país homenageado. (Fonte: Marcelo O. Dantas – Diretoria de Relações Internacionais/Ministério da Cultura).
Centenário de nascimento
de MÁRIO LAGO
Centenário do Nascimento de Mário Lago
Valor Facial: R$ 1,85 - Dimensões: 35 x 25 mm - Tiragem: 300 mil selos
Ator, compositor, radialista, escritor, poeta, autor teatral, militante sindical e político.
SOBRE O SELO
Na composição da imagem do selo, que tem como fundo a cor branca, encontra-se a representação da expressão do artista Mário Lago, ainda viva na lembrança do público, como elemento principal. Ao lado, uma composição feita a partir de ícones como caneta tinteiro, máscaras, televisão, violão, película cinematográfica com a inscrição do nome do artista, e outros, que representam a sua intensa atividade cultural, como a literatura, o teatro, a televisão, o rádio e o cinema. O bairro da Lapa, onde Mário Lago nasceu e iniciou sua carreira, também está reproduzido na parte inferior da composição, por meio de seus famosos arcos. No canto inferior direito, a logomarca do Mercosul, por tratar-se de uma emissão comum aos seus países membros. Foram utilizadas as técnicas de retícula estocástica em tons de cinza e calcografia nas cores preto e dourado. fonte: Correios
TEXTO DESCRITO DO EDITAL
O sol pode apagar, o mar perder a voz, mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.”
Ator, compositor, radialista, escritor, poeta, autor teatral, militante sindical e político, Mário Lago foi muitos. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de novembro de 1911, filho do maestro e violinista Antônio Lago e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago.
Mário foi criado no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Formou-se em Direito, mas jamais exerceu a profissão. De uma família de músicos, ainda criança começou a frequentar o Teatro Municipal e as rodas de música popular. Chegou a trabalhar como jornalista e estatístico, mas por pouco tempo.
A estreia deste multiartista aconteceu em 1933, como autor teatral, na revista “Flores à Cunha”. A maior parte de suas peças foi escrita nas décadas de 40 e de 50. No final dos anos 1960, escreveu a sua última peça teatral: “Foru Quatro Tiradente na Conjuração Baiana”.
Ele também escreveu roteiros e argumentos para o cinema, como o do filme “Banana da Terra” (1939), comédia musical que lançou nacionalmente o compositor Dorival Caymmi e Carmem Miranda.
A estreia de Mário Lago na música aconteceu em 1936, com a marcha de carnaval “Menina, eu sei de uma coisa”. O sucesso viria dois anos depois, com “Nada além”, na gravação de Orlando Silva. Sozinho, ou em parcerias diversas, Mário compôs sucessos como “Amélia”, “Atire a primeira pedra”, “Aurora”, “Dá-me tuas mãos”, “Enquanto houver saudade”, “Fracasso”, “Será” e “Número um”.
Em 1942, estreou como ator, no teatro, onde criou personagens de grande repercussão, como o Aprígio, no clássico “O Beijo no asfalto”.
No cinema, atuou em alguns dos principais filmes brasileiros, como “O Padre e a Moça”, “Os Herdeiros”, “O Bravo guerreiro” e “Terra em transe”.
A popularização veio com o trabalho em novelas, a partir de 1966, destacandose suas atuações em “O Casarão”, “Nina” e “Dancing Days”. Esses trabalhos mereceram dois prêmios de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes e um Golfinho de Ouro.
Seus últimos trabalhos na TV foram a minissérie “Hilda Furacão” (1998), interpretando o velho boêmio Olavo; o especial “Enquanto a Noite não Chega” (2000), e uma participação especial na novela “O Clone”, revivendo o personagem Dr. Molina, de “Barriga de Aluguel”. Mário Lago gravou a novela no final de 2001, seis meses antes de falecer.
No rádio, foi ator, autor de novelas, produtor e diretor. Seu trabalho mais conhecido foi a série “Presídio de Mulheres”, que escreveu para a Rádio Nacional e que liderou a audiência da emissora durante cinco anos seguidos.
Autor de 11 livros, Mário estreou com a coletânea de poemas políticos “O Povo Escreve a História nas Paredes”. Sua produção literária inclui os
títulos “Chico Nunes das Alagoas”, “Na Rolança do Tempo”, “Bagaço de Beira Estrada”, “Rabo da Noite”, “Meia Porção de Sarapatel”, “Manuscrito do Heróico Empregadinho de Bordel”, “Segredos de Família” e o infantil “Monstrinho Medonhento”, seu maior sucesso editorial. Mário Lago deixou um livro inconcluso, exclusivamente dedicado às memórias das boas “molecagens” que praticou ao longo da vida.
Desde jovem, Mário se dividiria entre o trabalho artístico, uma intensa atividade política e a boemia. Participou de várias campanhas em defesa dos direitos humanos e do patrimônio do País.
Mário Lago foi casado com Zeli Cordeiro Lago. Falecido em 30 de maio de 2002, o ator deixou cinco filhos (Vanda, Antonio Henrique, Graça, Luiz Carlos – falecido em 2010 – e Mário).
Ao emitir este selo, os Correios demonstram todo o respeito a este ator que, sem dúvida, tem seu sucesso reconhecido em todo o País. A Filatelia celebra o centenário de seu nascimento e, assim, enfatiza a cultura, valorizando o multiartista que tanto contribuiu para a arte no Brasil.
GRAÇA LAGO
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