sábado, 27 de agosto de 2011

Correios homenageiam a cidade de Mogi das Cruzes (SP) com selo e cartão-postal


Com o compromisso de mostrar as riquezas culturais do Brasil, os Correios lançam no próximo dia 1º de setembro, um selo (de emissão comemorativa) e um cartão-postal em homenagem aos 400 anos da cidade de Mogi das Cruzes (SP).


Com arte de Luciomar S. de Jesus, no canto superior esquerdo, a imagem dos bandeirantes que passaram pelo povoado de Boigy, a caminho do sertão. Abaixo, as Igrejas das Ordens Primeira e Terceira do Carmo que, originalmente, marcavam os limites da vila seiscentista. Ao centro, na margem superior, a imagem da grandiosidade da atual Mogi das Cruzes. Logo abaixo, a pomba branca simboliza a Festa do Divino Espírito Santo, raiz de fé e da cultura do povo mogiano e, em seguida, o Casarão do Chá, localizado no bairro de Cocuera, construído em 1942 pelo arquiteto carpinteiro, como era conhecido o japonês Kazuo Hanaoka, um dos mais valiosos exemplares da arquitetura nipo-brasileira, de acordo com o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tombado pelo IPHAN. Ao seu lado, o Obelisco, considerado o “Marco Zero” da cidade, construído em bloco de mármore, com as quatro datas históricas da cidade. No canto direito, a imagem do Paço Municipal, um contraponto ao passado, representando o presente moderno da cidade. Foram utilizadas as técnicas de pintura e computação gráfica.
Com uma tiragem de 240 mil exemplares, cada selo custará R$ 1,10. Já o cartão-postal, terá uma tiragem de 3 mil unidades ao preço de R$ 1,05 cada.
As peças filatélicas poderão ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).


HISTÓRICO
No território compreendido pela sesmaria concedida a Braz Cubas, no ano de 1560, foi fundado um povoado denominado Boigy (do tupi M’Boiji – Rio das Cobras). Em 1º de setembro de 1611, o Governador Geral da Capitania de São Paulo – Dom Luís de Sousa - elevou o povoado a “Vila”, com o nome de “Vila de Sant’Anna de Mogy Mirim”, e solicitou a Gaspar Vaz que, a partir dali, abrisse um caminho que alcançasse as terras do Vale do Paraíba. Mogy tornou-se a terceira Vila do Planalto Piratiningano e a décima sétima Vila do Brasil.
Caminhos do Sertão: “Embarcados na sua canoa, o padre, o negociante, o fazendeiro, o simples homem do povo, podiam atingir qualquer ponto dentro da zona povoada em torno de Piratininga. Navegando rio acima alcançavam a Conceição dos Guarus, o Maqueribu onde depois se estabelecera João Pires, S. Miguel e Taquaquicetuba, onde mais tarde o Padre João Álvares aldeou alguns índios Guaianases, e atingia-se o sítio de Boigi (...) no lugar em que alguns moradores tinham já iniciado uma pequena povoação que foi a origem da atual cidade de Mogi das Cruzes.” Teodoro Sampaio, 1899. (sic)
Distante das terras Piratininganas, a Vila de Sant’Anna de Mogy Mirim torna-se posto avançado de povoamento, desenvolvendo-se ao longo dos anos, onde, a partir de suas terras começam a se estabelecer novos povoamentos e vilas, dentre as quais podemos citar: São José da Parahyba – atual Jacareí, em 1653, e a Aldeia do Rio Comprido – atual São José dos Campos, em 1767. Ao longo dos séculos, das terras mogianas originamse 14 municípios, sendo a sua maioria as cidades que compõem a região denominada de Alto Tietê Cabeceiras.
A estrada entre São Paulo e Rio de Janeiro só passou a existir a partir de 1700. Até então, quem quisesse ir de uma cidade à outra deveria fazê-lo pelo Vale do Tietê, passando pela região de Mogi das Cruzes, daí atingindo o Vale do Paraíba. No século XVII, a agricultura deu um grande impulso para a economia, ao abastecer a todos que partiam para o sertão em busca do ouro das Minas Gerais. Nos dois séculos seguintes, a região foi se adaptando à demanda, com as culturas de algodão, cana-de-açúcar, entre outros itens, sendo o café o grande destaque. Mais tarde, com a chegada dos imigrantes japoneses, as culturas de chás, frutas e hortaliças, além das plantas ornamentais, passaram a constituir o chamado Cinturão Verde da Grande São Paulo.
Importante rota de passagem e parada obrigatória dos tropeiros, desde 1773 Mogi tornou-se “Parada Prompta” dos Correios. Estabeleceu sua agência definitiva em 1845, e os povoamentos e vilas próximas passaram a ser atendidos pela Empresa, por meio de “Próprios” ou “Positivos”, ou por linhas regulares.
De Caminhos do Sertão à Estrada Real: A Vila recebeu a visita passageira de D. Pedro I, em 1822, ao retornar para o Rio de Janeiro de sua viagem a São Paulo, por ocasião da Proclamação da Independência. A Guarda Real do Império deixou em Mogi das Cruzes seu pavilhão real, que hoje é relíquia guardada no Museu Histórico da cidade. No ano de 1875, é inaugurada a ligação entre Mogi das Cruzes e São Paulo pela Estrada de Ferro do Norte e, no ano de 1877, conclui-se a ligação férrea entre São Paulo e Rio de Janeiro. A partir de então, Mogi das Cruzes passa a ser, constantemente, visitada por grande número de governantes e ilustres personalidades. Atualmente, a malha ferroviária destina-se ao tráfego regional e, nos finais de semana, também, ao Trem Expresso Turístico, tornando-se mais uma opção de cultura e lazer para a população da região metropolitana de São Paulo.

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