segunda-feira, 19 de abril de 2010

Joseph Dalmo e seu A CRIAÇÃO DAS ESTRELAS


Havia na Amazônia meridional
Duas tribos que habitavam
Na região do Tapajó-Madeira.
Uma tribo era guerreira,
Chamada de Apiacá,
Que vivia nas margens do rio Pacajá.

Vizinhos aos Apiacás,
Habitavam a nação dos Maués,
Que cultivavam guaraná,
e pescavam tucunarés.
Os Maués eram chefiados pelo tuchaua
Viviam em uma aldeia circular,
gostavam de festas e caçadas
e faziam bebidas de macaxeira
para as festas de bebedeira.
onde exibiam cabeças mumificadas.

Os Apiacás faziam guerras,
contra outras tribos sem sorte,
manchando de luto cada terra
deixando um rasto de morte,
A batalha era uma carnificina.
E para os Maués era a ruína
pois sofriam muitas mortes.
E estavam condenados a desaparecer
tão pequeno ficara, o número de guerreiros,
tombados pelas bordunas dos fortes.

Uma noite muito escura,
os Maués foram cercados,
pelos Apiacás que se aproximaram,
protegidos pelas sombras.
Pressentido o inimigo, suplicando proteção, o Xamã
da tribo atacada, subiu no monte e invocou Tupã.
Sem ligar para os perigos,
foi avistado no alto, o curandeiro
pelos guerreiros inimigos
que lhe atiram setas certeiras,
contra o ousado feiticeiro.

Neste instante, o espírito guardião
aparece no espaço e estende a mão,
E todas as flechas ele segura,
e joga-as para as celestes alturas.
Transformando-as nas estrelas,
iluminando a noite escura.
Os Apiacás são descobertos,
e postos em fuga da taba,
pelo destemido tuchaua.
Libertando-se da desgraça,
a nação dos Maués do fim de sua raça.

PS – esta poesia foi inspirada no conto “Criação das Estrelas”
do acadêmico José Amado do Nascimento, titular da
cadeira número seis da Academia Sergipana de Letras.


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