O Homem é um ser inquieto e naturalmente curioso. Desde os primórdios da humanidade os mistérios da vida e do universo são matéria de estudos profundos e teorias das mais diversas. O pensamento científico contrapõe-se ao pensamento religioso, o homem torna-se observador e observado, e a vida gira em torno de perguntas e questionamentos acerca da nossa origem. O que não se pode negar, é que, tanto para as religiões quanto para a ciência, a mulher guarda consigo o que talvez seja o maior mistério do universo.É ela quem gera a vida, é através dela que a vida humana é preservada durante o tempo certo para florescer. É ela quem faz germinar a nova semente e a traz à luz.E a história mostra, que ser o templo guardador desse mistério fez da mulher um ser temido, muitas vezes sacrificado, subjugado e desvalorizado.A mulher é, segundo a socióloga Days Elucy Siqueira, "o único animal capaz de sangrar por dias, e tornar-se ainda mais forte". Conhecedora dos mistérios da natureza foi por muito tempo caçada como bruxa, hereje, feiticeira. Representava um poder natural, capaz de subjugar o poder e a inteligência do homem. Já fomos caçadas, queimadas em fogueiras, tornamo-nos através do poder capitalista meros animais domesticados, usados como exemplo de dominação e força para manter a hegemonia e o statu quo de um poder baseado em falsos valores morais e carregado de hipocrisia. Usadas como objeto de prazer fácil, como instrumentos de manutenção dos costumes machistas por muito tempo respeitados como parte necessária à educação do homem. Já vivemos os extremos da racionalidade humana, da sabedoria natural da "Bella dona" ao conhecimento empírico e arrancado a fórceps nos movimentos feministas, (surgidos ainda na expansão do capitalismo) através dos quais conseguimos, nas lutas por igualdade social, começar a ser respeitadas e valorizadas não apenas como mulheres, mas especialmente como seres humanos. Hoje, ainda vivemos as desigualdades relativas ao gênero. Salários menores, menos oferta de emprego em determinados setores, pouco espaço na vida política, porém, os movimentos feministas agora mais estruturados e com mais força ainda lutam por igualdade e justiça para a mulher.Como todas as conquistas da humanidade, a luta por igualdade entre homens e mulheres é lenta e sem tempo certo para terminar. Se é que terminará um dia. Mas o que de fato importa, é saber que hoje apesar de sangrarmos e sofrermos ainda, já não seremos queimadas em fogueiras. E, que aquelas que foram, nos tornaram ainda mais fortes e decididas a mudar o rumo dessa história.E também, que comemorar o dia internacional da mulher não é uma questão de mostrar ao homem a superioridade da mulher, mas ao mundo a capacidade que temos em superar as dificuldades, e olhar para a história com a ternura natural do Ser feminino sem tomar-mo-nos de ódio ou rancor, mas enchendo-nos de coragem e determinação. E que nunca, jamais, deixaremos de sonhar com o dia em que homens e mulheres junto, poderão celebrar a única diferença que realmente importa. E, a única capaz de tornar-nos, unidos em nossas diferenças (sendo um só) na concepção da vida.
Este belo texto de Mônica dos Santos e esta obra de José Antonio da Silva que neste próximo dia 12 completaria 100 anos, completa a justa homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
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