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Dom Hélder Câmara (
Fortaleza,
7 de fevereiro de
1909 —
Recife,
28 de agosto de
1999) foi um
bispo católico,
arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, grande defensor dos
direitos humanos durante o
regime militar brasileiro e
integralista. Pregava uma igreja simples voltada para os pobres e a
não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi indicado quatro vezes para o
Prêmio Nobel da Paz. Décimo-primeiro filho de João Eduardo Torres Câmara Filho,
maçom, jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma comercial e da professora primária Adelaide Pessoa Câmara, desde cedo manifestou sua vocação para o
sacerdócio. Ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza em 1923. Foi
ordenado padre no dia
15 de agosto de
1931, em
Fortaleza, aos 22 anos de idade, com autorização especial da
Santa Sé, por não possuir a idade mínima exigida. No mesmo ano, fundou a Legião Cearense do Trabalho e em 1933, a Sindicalização Operária Feminina Católica, que congregava as lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas. Atuou na área da educação, participando de políticas governamentais do estado do Ceará na área da educação pública. Em 1936 foi para a
cidade do Rio de Janeiro, dedicando-se a atividades apostólicas. Foi Diretor Técnico do Ensino da Religião. Foi nomeado bispo auxiliar do
Rio de Janeiro no dia
3 de março de
1952. Foi
ordenado bispo, aos 43 anos de idade, no dia
20 de abril de
1952, pelas mãos de
Dom Jaime Cardeal de Barros Câmara, Dom Rosalvo Costa Rego, Dom Jorge Marcos de Oliveira. Fortaleceu a nascente
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e participou da criação do
Conselho Episcopal Latino-Americano. Foi um grande promotor do colegiado dos bispos e da renovação da Igreja Católica, fortalecendo a dimensão do compromisso social. Em 1956, fundou a
Cruzada São Sebastião, com a finalidade de dar moradia decente aos
favelados. Desta primeira iniciativa, outros conjuntos habitacionais surgiram. Em 59, fundou o
Banco da Providência, cuja atuação se desenvolve no atendimento a pessoas que vivem em condições miseráveis. Teve participação ativa no
Concílio Ecumênico Vaticano II, sendo um dos propositores e signatários do
Pacto das Catacumbas, um documento assinado por cerca de 40 padres
conciliares no dia
16 de novembro de
1965, nas
catacumbas de Domitila, em
Roma, durante o
Concílio Vaticano II, depois de celebrarem juntos a
Eucaristia. Este pacto teve forte influência na
Teologia da Libertação. No dia
12 de março de
1964 foi designado para ser
arcebispo de
Olinda e Recife,
Pernambuco, múnus que exerceu até
2 de abril de
1985. Instituiu um governo colegiado nesta diocese, organizada em setores pastorais. Criou o Movimento Encontro de Irmãos, o Banco da Providência e a
Comissão de Justiça e Paz daquela diocese. Forteleceu as
comunidades eclesiais de base. Estabeleceu uma clara resistência ao
regime militar. Tornou-se líder contra o
autoritarismo e pelos
direitos humanos. Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos militares por sua atuação social e política, sendo acusado de
comunismo. Foi-lhe negado o acesso aos
meios de comunicação social durante o governo militar. Apesar disto, foi um grande orador, tornando-se conhecido sobretudo no exterior, onde divulgou amplamente suas idéias. Em fevereiro de 2008 foi encaminhado à
Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de
beatificação de D. Hélder pela
Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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