sexta-feira, 13 de junho de 2008

200 anos de Jardim Botânico no Rio de Janeiro




O Jardim Botânico localiza-se no bairro de mesmo nome, na Zona Sul da cidade e estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da cidade, o Jardim Botânico é um exemplo da diversidade da flora brasileira e estrangeira. Nele podem ser observadas cerca de 6.500 espécies (algumas ameaçadas de extinção), distribuídas por uma área de 54 hectares, ao ar livre e em estufas. O Jardim abriga ainda monumentos de valor histórico, artístico e arqueológico, além de um importante centro de pesquisa, que inclui a mais completa biblioteca do país, especializada em botânica, com mais de 32 mil volumes. Sua origem remonta à vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, acompanhada pela Corte (1808). Fixando-se no Rio de Janeiro, então alçada à condição de sede do Império Português, a mudança trouxe diversas oportunidades e melhorias para a cidade, dentre elas a implantação de uma Fábrica de Pólvora na sede do antigo Engenho de Rodrigo de Freitas, cujas ruínas dos muros atualmente integram os limites do Jardim Botânico. Recém-chegado, por Decreto de 13 de Junho de 1808, o Príncipe-Regente D. João criou no antigo "Engenho da Lagoa", pertencente a Rodrigo de Freitas, o Jardim de Aclimação, com a finalidade de aclimatar as plantas de especiarias oriundas das Índias Orientais: noz-moscada, canela e pimenta-do-reino. No mesmo ano, a 11 de Outubro, recebeu o nome de Real Horto. Sua direção foi entregue ao marquês de Sabará, diretor da fábrica de pólvora criada ao lado, que também entendia de botânica, sendo depois substituído pelo Tenente General Carlos Napion. Em 1810, segundo o "Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro", o alemão Kaucke o transformou em uma estação experimental. Tinha à sua disposição escravos, instrumentos, morada e ganhava mais de 800 mil réis por ano. Nos viveiros já havia mudas de cânfora, nogueira, jaqueira, cravo-da-índia e outras plantas do Oriente. Com a Proclamação da Independência do Brasil, o Real Horto foi aberto à visitação pública em 1822 como Real Jardim Botânico. Adquiriu a partir de então foros de botânico, pois seu diretor era um erudito frade carmelita, frei Leandro do Sacramento, professor de botânica conhecido pelos seus estudos da flora brasileira. Frei Leandro introduziu melhoramentos e organizou um catálogo das plantas ali cultivadas. Foi o orientador das aléias de mangueiras, jaqueiras, nogueiras e outras, assim como das cercas de murtas, crótons, hibisco. Em sua homenagem, uma das dependências do Jardim tem o seu busto e o belo lago leva o seu nome.

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