A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, fundada em 1949, foi a mais importante tentativa brasileira para implantar a produção de filmes e cinemas com bases industriais.
Desde o século XIX, os inventores tentaram construir aparelhos que pudessem reproduzir o movimento de imagem. Émile Reynaud criou, em 1888, o teatro óptico, invento que mais se aproxima do que se conhece hoje como cinema.
Contudo, os irmãos Lumière consagram-se como os criadores do cinema, visto que exibiram no Salão Indiano do Grand Café, o primeiro filme da história: L`arrivee du train (a chegada do trem), no qual um trem parecia sair da tela, a ponto de fazer os espectadores se encolherem nas cadeiras, com receio de serem esmagados pela locomotiva.
A época efervescente do cinema brasileiro ocorreu entre 1908 e 1911, mas encerrou-se em 1912, com um filme cuja exibição foi proibida pela censura da Marinha de Guerra. O tema era a vida do cabo João Cândido, líder da rebelião dos marinheiros contra o uso da chibata. A partir do final da década de 1910, o cinema norte-americano dominou totalmente o mercado cinematográfico brasileiro.
A Companhia Cinematográfica Vera Cruz, fundada em 1949, foi a mais importante tentativa brasileira para implantar a produção de filmes e cinemas com bases industriais. Mesmo depois da desativação dos estúdios, a marca Vera Cruz permanece viva. Filmes como O cangaceiro, Sinhá-Moça, Floradas na serra, Tico-tico no fubá, Apassionata e outros se tornaram referenciais da história do cinema brasileiro. A Vera Cruz não só produziu filmes de grande êxito de público e crítica, premiados internacionalmente, como também proporcionou um grande avanço técnico em diversos campos, como nos da fotografia, da sonorização, da cenografia, da montagem, das técnicas de laboratório e do acabamento em geral.
No cenário cinematográfico brasileiro destacaram-se artistas como: Norma Bengell, Sônia Braga, Eliana Macedo, Zezé Macedo, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Lílian Lemertz, Grande Otelo, Jece Valadão, Jardel Filho, Oscarito, Cyll Farney, Reginaldo Faria, Tônia Carrero, Anselmo Duarte, entre outros.
Há diretores que merecem referência, em razão de haverem recebido premiação nacional e internacional, como: Sílvio Back (Aleluia, Gretchen, que recebeu 15 prêmios nacionais); Bruno Barreto (Dona Flor e seus dois maridos, que recebeu prêmios no Festival de Taormina, Itália, no Festival de Gramado, Prêmio Air France e Prêmio Adicional de Qualidade); Nélson Pereira dos Santos (Como era gostoso o meu francês, filme falado em tupi, apresentando os índios brasileiros e sua cultura; primeiro filme histórico nacional, recebeu os prêmios de roteiro, diálogos e cenografia no Festival de Brasília); Carlos (Cacá) Diegues (Xica da Silva, que recebeu o Prêmio Air France e três prêmios no Festival de Brasília); Leon Hirszman (Eles não usam black-tie, que recebeu os prêmios Leão de Ouro, Fipresci, e Office Catholique International du Cinema); Anselmo Duarte (O pagador de promessas, que recebeu vários prêmios: Palma de Ouro, Golden Gate, Critic Award, Sapatos Viejos e Cabeza de Palanque); Suzana Amaral (A hora da estrela, que recebeu o 1º prêmio no Festival de Brasília, e o Urso de Prata no Festival de Berlim); Joaquim Pedro de Andrade (Macunaíma, que recebeu os prêmios: Grande Condor de Ouro, Aquarius, Air France e sete prêmios no Festival de Brasília); Arnaldo Jabor (Eu sei que vou te amar, que recebeu o prêmio de interpretação no Festival de Cannes); Tizulca Yamasaki (Gaijin-caminho da liberdade, que recebeu vários prêmios no Festival de Gramado e em Paris, Bruxelas, Havana e Los Angeles).
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