Que esta mensagem possa lhe trazer paz, conforto
e elevação, assim como é para nós uma grande honra e
alegria ser recebido por vocês mais uma vez.
Que a Paz do Divino Mestre possa estar em vossos corações
Como Um Velho Boiadeiro
Muitas vezes, atravessamos difíceis momentos em nossa vida. Dificuldades, obstáculos, falta de perspectivas. Desânimo mesmo. Dor.
Nessas ocasiões, é necessário que reflitamos sobre a Lei de Causa e Efeito, sobre a Justiça Divina e sobre o que a “dor”, as dificuldades significam para nossa vida.
Quem conhece e, mais que isso, compreende efetivamente o processo reencarnatório, sabe que as dificuldades e “dores” (morais e/ou físicas) são um sinalizador na estrada de nossa existência, indicando que estamos trilhando hoje um caminho que projetamos e construímos, de forma não adequada, no passado de nossa(s) existência(s).
A esse respeito, podemos fazer analogias e inferências, utilizando um poema muito lindo, na verdade a letra de uma conhecida canção, que em um de seus trechos diz assim: “...penso que cumprir a vida / seja simplesmente / compreender a marcha / ir tocando em frente. / Como um velho boiadeiro/ levando a boiada / eu vou tocando os dias / pela longa estrada / eu vou / estrada eu sou” (1).
As dificuldades, as provações, são a “boiada” que adquirimos, pelos compromissos cármicos, em encarnações passadas. Quando viemos para esta vida, somos os “boiadeiros”, que temos que tanger e entregar a “boiada”. Quando entendermos isso, compreendemos que temos que “...ir tocando em frente...”, simplesmente, compreendendo a razão e a necessidade da marcha.
Temos então que ir tocando a boiada. Pela longa estrada. Longa e difícil. Mas devemos nos lembrar que “...estrada eu sou...”. Fazemos nossa própria estrada. E nesse trajeto, temos que “ir entregando nossa boiada”. Como velhos boiadeiros de nossas imperfeições, temos que ir tocando os dias, tocando a vida, compreendendo a marcha, ir tocando em frente.
Nossos erros do passado, tornaram nossa estrada complicada, que muitas vezes nos conduz para abismos profundos, outras para serras escarpadas e íngremes. No entanto, “...estrada eu sou...”, posso pavimentar um novo caminho. Mais plano e suave.
Devemos nos lembrar, no entanto, que pela Lei de Justiça, para sair do abismo, há que se escalar as íngremes paredes, com todos os “esfolados” e “escoriações” causados pela dificuldade do trajeto. Da mesma forma, para se descer da serra escarpada, há o perigo dos desfiladeiros, das rochas cortantes, da trilha estreita e desgastante.
Mas se quisermos, lá em baixo, ou lá em cima, a “nova” estrada estará pronta, como a construirmos agora. Para trilhar ainda nesta vida. Também para a existência futura.
Se subimos a “serra”, temos que descer, e se estávamos no “abismo”, temos que subir. Por dolorido que seja, não há, peremptoriamente, como evitar isso. Esse caminho difícil é o da "entrega da boiada", e a medida que o trilharmos, com decisão, vamos “entregando alguns bois”, a boiada vai ficando menor, e a boiada menor é mais fácil de tocar.
Fé, pensamento positivo, esperança e confiança, bom senso, razão e amor. Tal a “receita” de uma boa estrada para nossa vida. Se buscarmos e conseguirmos esse tipo de atitude, o trecho ruim, com certeza, terá seu término mais a frente. Cabe a nós caminharmos até a “boa estrada”, apesar das dificuldades e obstáculos do trecho momentâneo, cujo projeto de engenharia imprevidente, foi por nós realizado no pretérito. Lembremo-nos, como reforço para o caminho: "Ora e confia, buscai e achareis".
Com extrema sensibilidade e rara felicidade, prossegue o poema: "...cada um de de nós / compõe a sua história / cada ser em si carrega / o dom de ser capaz / de ser feliz..."(1) .
Nossa história é escrita por nós mesmos. Nossa estrada somos nós mesmos. Só nós podemos decidir e construir nossa felicidade. Deus nos deu esse dom, “...o dom de ser capaz de ser feliz...”.
Desenvolvermos ou não esse dom, é decisão própria, pessoal, intransferível. Livre arbítrio, inviolável.
(1)“Tocando em Frente”, poema de Renato Teixeira. Em minha opinião, a mais bela letra da música brasileira, um verdadeiro poema, um libelo à vida.
A musica é de Almir Sater, que gravou uma versão de emocionar de linda.
Carlos Augusto Parchen
formatação MILTER- 25/09/2011
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