domingo, 7 de fevereiro de 2010

Maria Eugenia e seu A EXPRESSÃO DA LIBERDADE

Medito nessa alta madrugada
que sentido tem a poesia
em meio a essa vida tão alucinada
que parece um mundo de fantasia?

Como poetisar sem chorar,
cantar amores em meio às dores?
Como poetisar com um sorriso,
traduzindo esperança em meio aos horrores,
em um contra-senso da estética,
num exercício de liberdade?

Que sentido tem a poesia
nessa pós-modernidade que tem pressa?
Na correria do dia-a-dia,
nesta civilização do descartável?
Reflito nessa alta madrugada.

Sem a poesia, a insensibilidade,
o embrutecimento das emoções,
o entupimento das artérias das sensações,
a gangrena pela falta de circulação
do sangue nas veias do belo,
teriam levado a óbito
os sonhos de gerações.

Desperta, reflito nessa madrugada,
nos homens e mulheres que fazem das palavras
o adubo do amor,
a seiva da fraternidade,
o espaço da beleza,
o grito alucinado contra a injustiça,
o deboche intencional contra a mordaça,
o espaço de resistência da crítica
pela expressão da liberdade.

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