segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Dom Silvério Gomes Pimenta, o primeiro bispo negro a entrar na ABL


Dom Silvério Gomes Pimenta (Congonhas do Campo, 12 de janeiro de 1840Mariana, MG, 30 de agosto de 1922), professor, orador sacro, poeta, biógrafo, prelado e arcebispo de Mariana, foi o primeiro prelado eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira nº 19. Sendo órfão de pai ainda cedo, Silvério Gomes cedo teve de empregar-se como caixeiro para sustentar a mãe e quatro irmãos menores. Demonstrando desde cedo aptidão para o estudo, seu padrinho obteve para ele uma vaga no Colégio de Congonhas, dos padres Lazaristas. Afilhado de crisma de D. Viçoso, bispo de Mariana, este concedeu-lhe matrícula no Seminário da cidade. Ali entrou aos 14 anos. Dois anos depois já era professor de latim, cadeira que ocupou durante 28 anos. Além de latim, foi professor de Filosofia e História Universal, durante 12 anos. Foi ordenado padre aos 22 anos por seu padrinho. Em 1890, foi nomeado bispo de Cámaco e Auxiliar de Mariana. Em 1897, foi nomeado bispo titular de Mariana. Foi seu principal sagrante o Bispo Pedro Maria de Lacerda, e seus consagrantes o Bispo Antônio Cândido Alvarenga e o Bispo Joaquim José Vieira. Em 1906, o Papa Pio X elevou a Diocese de Mariana a Arquidiocese, e por consequência, seu bispo a arcebispo. Quando nomeado bispo de Cámaco, começou a produzir suas célebres cartas pastorais. A primeira pastoral traz a data de 24 de novembro de 1890 e a última é de 10 de fevereiro de 1922. Conhecedor que era do latim, grego, hebraico, além das línguas vivas que usava correntemente, publicou poesias em latim. Sua obra maior é a Vida de D. Viçoso. Como jornalista, D. Silvério fundou e dirigiu, em Mariana, o Bom Ladrão, O Viçoso, O D. Viçoso e o D. Silvério, editados sob sua orientação e dirigidos pelos padres Severiano de Resende e João Luís Espeschit.
Obras
O papa e a revolução, sermões (1873)
Peregrinação a Jerusalém (1897)
D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de Mariana, conde da Conceição (1876)
A prática da confissão, estudos de moral e dogma (1873)
Cartas pastorais 1890-1922
diversos sermões, orações, conferências, poesias latinas em periódicos.
Em 1919, foi Dom Silvério eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo recebido a 28 de maio de 1920 por Carlos de Laet. Ocupou a Cadeira 19, que tem por patrono Joaquim Caetano da Silva, da qual foi o segundo imortal.

2 comentários:

Antônio José de Siqueira disse...

mExemplo a ser seguido, desde criança em casa meu pai nos ensinou o seu comportamento e exemplo de homem bom.

Anônimo disse...

li há muitos anos no ESTADÃO a historia de de D.Silverio e um dos fatos mais marcantes de sua sagração de bispo em roma, citado por um dos seus acólitos,que o CAMERLENGO,( o oficial de cerimonia do vaticano) perguntou com "AR DE COMISERAÇÃO" em que lingua o papa deveria usar para falar com ele e ele respondeu "qualquer uma que ele escolha,VIVA OU MORTA.