quarta-feira, 27 de agosto de 2008

50 anos de Carlos Lombardi



Carlos Lombardi (São Paulo, 27 de agosto de 1958) é um autor de telenovelas, roteirista e produtor de televisão brasileiro. Formado em Comunicação (Rádio e Televisão) pela USP, tendo Antônio Abujamra como professor e depois lecionando na mesma instituição, é casado e pai de dois filhos, Renato e Ricardo. A carreira como escritor de televisão teve início ao elaborar roteiros para o antigo Telecurso de segundo grau e a estréia na telenovela se deu quando escreveu, em parceria com Edy Lima e Ney Marcondes, Como salvar meu casamento (1979) para a Rede Tupi. A produção foi cancelada pouco antes do final, devido à grave crise que levaria ao fim a emissora. No ano seguinte o mesmo trio foi chamado pela Rede Bandeirantes para assumir a novela O Todo-poderoso, que já estava em andamento. Nos anos 80 foi colaborador de Silvio de Abreu em Jogo da Vida (1981) - baseada na sinopse de Janete Clair - e em Guerra dos Sexos (1983), de Cassiano Gabus Mendes em Elas por Elas (1982) e adaptou a peça Maria Stuart para a TV Cultura em 1982. A primeira novela como autor titular foi Vereda Tropical (1984), um grande sucesso, que lançou a linha homônima de perfumes femininos e que também contou com supervisão de texto de Sílvio de Abreu. Tendo como base a linha de Sílvio -- expressa em Guerra dos Sexos e Jogo da Vida -- foi uma divertida e envolvente trama, com momentos puramente anárquicos e de comédia pastelão, pouco usuais na TV até então. Uma característica fundamental nas suas tramas é o enredo cheio de ação, humor, diálogos rápidos e sarcásticos, se aproximando muito da linguagem cinematográfica e das histórias em quadrinhos, receita que seguiu em Bebê a Bordo (1988), outro grande sucesso. Prosseguiu com Perigosas Peruas (1992) -- na qual contou com a supervisão de texto de Lauro César Muniz -- que não obteve o mesmo êxito de suas obras anteriores. Após essa escreveu Quatro por Quatro (1994), considerada por muitos a sua melhor novela. Conheceu o fracasso com Vira Lata (1996), que foi muito criticada por setores da opinião pública devido à promiscuidade de alguns personagens. Enquanto nas telenovelas Uga Uga (2000) -- que abordou de maneira escrachada a cultura indígena -- e Kubanacan (2003) -- alegoria ambientada em uma republiqueta latino-americana dos anos 50 -- o sucesso voltou, dividiu profundamente a crítica especializada, principalmente quanto às inúmeras reviravoltas das histórias -- vistas por alguns como inadequadas para a linguagem televisiva -- e à relativa nudez de seus elencos, sobretudo do casting masculino. Com Pé na Jaca (2006), outra novela produzida dentro da linha que o consagrou, não conseguiu atingir os índices de audiência esperados pela direção da Rede Globo, embora tenha conquistado um público cativo e fiel. Escreveu também a polêmica minissérie O Quinto dos Infernos (2002), onde recontou em tom satírico a passagem da Família real portuguesa pelo Brasil, não poupando para isso o uso do erotismo e do retrato caricato de personalidades reais, obra vista por muitos -- principalmente por historiadores brasileiros e portugueses -- como uma pornochanchada histórica; por conta disso, veículos de comunicação como o jornal lusitano Correio da Manhã a criticaram bastante, bem como os descendentes dos monarcas. Atualmente escreve o seriado Guerra e Paz, exibido às sextas-feiras e que teve origem em um especial de final de ano homônimo veiculado em 2007. Sua griffe é portanto essencialmente polêmica: há os que o consideram um verdadeiro mestre por desafiar e retrabalhar frontalmente os clichês e convenções da teledramaturgia brasileira, oferecendo criações tidas por seus admiradores como complexas e surpreendentes. Contudo seus detratores o vêem como um autor apelativo e pouco talentoso. Um costume que tem se tornado comum em sua carreira é o de ser chamado para salvar novelas alheias que sofrem com problemas de audiência. Assim, também esteve envolvido na escrita de Coração de Estudante (2002), de Emanuel Jacobina, conseguindo enfim direcioná-la para índices mais satisfatórios e de Bang Bang (2005), de Mário Prata. Nessa, porém, não logrou o mesmo êxito. Foi autor de roteiros para o cinema, escrevendo ou colaborando em As Aventuras de Mário Fofoca (1983), de Adriano Stuart, Um Trem para as Estrelas (1987), de Cacá Diegues, Zoando na TV (1999), de José Alvarenga Júnior e Mais uma Vez Amor (2005), de Rosane Svartman. Elaborou o não realizado Tela Rasgada, que seria dirigido por Ícaro Martins. Especula-se que seja o roteirista da cinebiografia do futebolista Romário, filme a ser produzido por Diller Trindade. É corintiano fanático e freqüentemente homenageia o clube o citando em suas obras. Em Vereda Tropical (1984), o protagonista Luca (Mário Gomes) alcança o sucesso ao se consagrar como centroavante do alvinegro e em Pé na Jaca (2006), o personagem Lance (Marcos Pasquim) compartilha da torcida do time de Parque São Jorge.

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