“Mãe”
Mãe, são 3 horas da madrugada
É mãe! Hoje me peguei pensando no tempo, em um tempo tão distante, mas parece que foi ontem, lembrei quando era criança, que sonhava com uma trança, e você com sua fala mansa me falava coisas que eu não dava tanta importância.
Ah mãe! O tempo passa e a gente cresce e amadurece. Hoje no presente o passado vem me visitar, traz como filme preto e branco tudo que um dia aconteceu. Lembro bem de sua voz cansada em meio a madrugada cantando uma balada, suas mãos a tricotar, também me lembro de seu casaco laranja de botões dourado, você nunca saia para colocar, a sua vida sempre foi só trabalhar.
É mãe! Como disse no início o tempo passa, a gente cresce, só que agora não só cresci, também envelheci. Tenho na memória sempre as doces histórias que ouvi você contar, lembro do abacateiro, do sabiá no terreiro, da doce terra onde nasci e você está.
Ah mãe! Quantas noites mal dormidas, quantas lágrimas caída, quantos dias sem comida, e você só queria ter para nos dar. É difícil expressar tudo que sinto por você. Você me deu vida trabalhou muito para não nos faltar comida, quantas vezes tu rezaste, quantas vezes emploraste para Deus nos guardar, quantas vezes mesmo sem dinheiro queria me presentear.
Mãe , quanto que você me ensinou, quanto que você falou para hoje eu ser quem sou. Seus olhos são como as estrelas mais brilhante, seu abraço é como o calor do sol radiante.
Ah mãe! Quantas noites eu com febre e você sempre por perto, cantando sempre alegre uma cantiga de ninar. Sofreste quanto desgosto, nem assim deixaste que alguém visse em seu rosto. Tudo o que passou não deixou em seu rosto a marca do desgosto. Você é vitoriosa. Você enfrentou barreiras , ultrapassou obstáculos, foi uma guerreira. Hoje com 3 filhos , sete netos com tanta sabedoria para ensinar aos seus bisnetos.
Maria Antonia Bueno
13/05/2001.
Nota d’A Página: Este texto de minha amiga paulistana Maria Antonia foi digitalizado como escrito sem nenhuma interferência gramatical, e Dona Zuleika Junchi nasceu em 25/01/1934 e faleceu em 20/05/2007, este texto estava previsto sair em homenagem ao Dia das Mães, mas resolvi publicá-lo no primeiro ano de seu passamento. A família as nossas condolências .
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