domingo, 15 de março de 2009

Monica San e seu SANGRAMENTO e a arte de José Antonio da Silva




Sangra o preconceito maculando
o cio que da vida é vertente
escorre por teu leito de senzala
o mel, que suja o leite branco e nobre.

Hão de renegar a tua cria
negando até a morte a tua carne
Que o coito arrancado a ferro e brasa
valeu o pó da bota que pisava
teu sangue que jorrava em agonia.

Renasces cada dia dos terreiros
senzalas, canaviais e dos castigos
teu grito ainda ecoa pelas ruas
teu ventre ainda jorra tuas dores
teus filhos têm a sina dos proscritos

Do sangue que marcou a tua história
restou a fortaleza que te ergue
mulher, guerreira, e bela. E negra!
colhendo a cada dia, uma vitória.

Este belíssimo poema de Monica San em homenagem a Mulher Afrodescendente, ela que também tem em seu sangue cruzamento em familia , os afros e os indios, e ao acima uma ilustração do livro de José Antonio da Silva, ALICE editado em 1972, no capitulo de Beraldo, uma narrativa interessante de nosso poeta, pintor e polêmico no seu tempo. SILVA-SE

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