segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Miriam Makeba ou “Mama Africa”, uma vida inteira em luta pelos direitos humanos e civis






















Sat wuguga sat ju
benga sat si pata pata
Sat wuguga sat ju
benga sat si pata pata
Sat wuguga sat ju
benga sat si pata pata
Sat wuguga sat ju
benga sat si pata pata
Hihi ha mama, hi-a-ma
sat si pata pata
Hihi ha mama, hi-a-ma
sat si pata pata
A-hihi ha mama,hi-a-ma
sat si pata pata
A-hihi ha mama,hi-a-ma
sat si pata pata



No sétimo dia de seu falecimento, e dando continuidade neste “Mês de Consciência Negra”, lembro desta a cantora sul-africana que embalou com sua música (refrões acima) a minha adolescência na década de 60, levando a minha mente e o meu corpo a este ritmo eferverscente e contagiante de “Pata , Pata” , justamente no periodo mais fertil de nossa música popular e de ritmos vindos de outros continentes e o rádio de nossa casa na pequena Marapoama SP, era ligado direto , só parava de ouvi-lo quando tentava efetuar alguns acordes no violão. Mama Miriam sou eternamente grato por ter suavisado meus caminhos e também ter me despertado a um novo olhar , leia sua biografia abaixo e verás um exemplo de mulher , que lutou até o último dia pelas causas mais nobres deste planeta.

Miriam Makeba (Joanesburgo, 4 de março de 1932Castel Volturno, Itália, 10 de novembro de 2008) foi uma cantora sul-africana também conhecida como "Mama África" e grande ativista pelos direitos humanos e contra o apartheid na sua terra natal. Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastantes discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um cêntimo de royalties, o que lhe despertou a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora. O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário antiapartheid Come Back, Africa, a cuja apresentação no Festival de Veneza daquele ano comapareceu. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano. Foi então para Londres, onde se encontrou com o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial. Em 1966, os dois ganharam o Prêmio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba. Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comitê das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram cassados, tornando-se apátrida. Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prêmio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu. Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976. Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial", Miriam continuou a fazer shows em todo mundo e anunciou uma digressão de despedida, com dezoito meses de duração. Em 9 de novembro de 2008, apresentou-se num concerto a favor de Roberto Saviano, em Castel Volturno (Itália). No palco, sofreu um ataque cardíaco e morreu no hospital na madrugada do dia 10 de novembro.


Discografia
Miriam Makeba (1960)
The World Of Miriam Makeba (1962)
Makeba (1963)
Makeba Sings (1965)
An Evening With Belafonte/Makeba (com Harry Belafonte) (1965)
The Click Song (1965)
All About Makeba (1966)
Malaisha (1966)
The Promise (1974)
Country Girl (1975)
Pata Pata (1977)
Sangoma (1988)
Welela (1989)
Eyes On Tomorrow (1991)
Sing Me A Song (1993)
A Promise (1994)
Live From Paris & Conakry (1998)
Homeland (2000)
Keep Me In Mind (2002)
Reflections (2004)
Compilações
Africa 1960-65 recordings (1991)
The Best Of Miriam Makeba & The Skylarks 1956-59 recordings (1998)
Mama Africa: The Very Best Of Miriam Makeba (2000)
The Guinea Years (2001)
The Definitive Collection (2002)
The Best Of The Early Years (2003).

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