segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Lia Fett Luft completa hoje seus 70 anos, e continua ainda surpreendendo seus leitores



Lya Fett Luft (Santa Cruz do Sul, 15 de setembro de 1938) é uma romancista, poetisa e tradutora brasileira. É também professora universitária e colunista da revista semanal Veja. Luft já traduziu para o português mais de cem livros, entre os quais estão obras de autores consagrados, como Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann. Formou-se em letras anglo-germânicas e, desde os vinte anos, trabalha como tradutora de alemão e inglês. Também tem mestrados em literatura brasileira e lingüística aplicada, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nascida em uma cidade de colonização alemã, Lya é filha do advogado e juiz Arthur Germano Fett e tinha um relacionamento melhor com o pai do que com a mãe. Diferentemente de Lya, que gosta de ser brasileira, sua família tinha muito orgulho de suas raízes alemãs, considerando-se superior aos "brasileiros", embora tivessem chegado ao Brasil em 1825. Tida como uma menina desobediente e contestadora, Lya, aos onze anos, já recitava poemas de Goethe e Schiller. Aos dezenove anos, Lya Fett converteu-se ao catolicismo, espantando seus pais, ambos luteranos. Na sua juventude, já morava em Porto Alegre. Em 1963, com vinte e um anos, casou-se com Celso Pedro Luft, um então irmão marista, dezenove anos mais velho do que ela. Eles se conheceram durante uma prova de vestibular. Ela e seu marido tiveram três filhos: Suzana (1965), André (1966) e Eduardo (1969). Em 1985, Lya divorciou-se de seu primeiro marido para viver com o psicanalista e também escritor Hélio Pellegrino, falecido em 1988. Em 1992, Lya voltou a casar com Celso Luft, de quem ficou viúva em 1995. Atualmente, está namorando um engenheiro carioca que reside na capital gaúcha. No início de seu casamento com Celso, Lya começou a escrever poemas, reunidos no livro Canções de limiar (1964). Em 1972, foi publicado seu segundo livro de poemas, intitulado Flauta doce. Quatro anos mais tarde, escreveu alguns contos e mandou-os para um editor da Nova Fronteira, que os considerou "publicáveis". Em 1978, foi lançado seu primeiro livro de contos, Matéria do Cotidiano. O mesmo editor da Nova Fronteira, Pedro Madureira, tinha aconselhado Lya a escrever romances. Daí surgiu As parceiras, publicado em 1980. A asa esquerda do anjo veio no ano posterior. Tais livros foram influenciados por uma visão de morte que a autora teve, depois de sofrer um acidente automobilístico quase fatal, em 1979. O quarto fechado, publicado em 1984, foi lançado nos Estados Unidos da América sob o título The Island of the Dead. Em 1996, Lya lançou o premiado O Rio do meio, de ensaios, considerado a melhor obra de ficção do ano. Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e crítica do esquecimento, de Harald Weinrich. Os livros de Lya Luft continuam sendo traduzidos para diversos idiomas, como alemão, inglês e italiano.

Canções de limiar, 1964
Flauta doce, 1972
Matéria do cotidiano, 1978
As parceiras, 1980
A asa esquerda do anjo, 1981
Reunião de família, 1982
O quarto fechado, 1984
Mulher no palco, 1984
Exílio, 1987
O lado fatal, 1989
O rio do meio, 1996
Secreta mirada,1997
O ponto cego, 1999
Histórias do tempo, 2000
Mar de dentro, 2000
Perdas e ganhos, 2003
Histórias de bruxa boa, 2004
Pensar é transgredir, 2004
Para não dizer adeus, 2005
O silêncio dos amantes, 2008 .

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