Florestan Fernandes (São Paulo, 22 de julho de 1920 — São Paulo, 10 de agosto de 1995) foi um sociólogo e político brasileiro. Florestan Fernandes nasceu numa família pobre do Brás, bairro periférico de São Paulo. Sua mãe, Dona Maria Fernandes, era uma portuguesa lavadeira e analfabeta. Sua madrinha, que era patroa de sua mãe, costumava chamá-lo de Vicente, pois julgava que Florestan, não era nome apropriado para uma criança pobre. Devido às necessidades de sua família, Florestan começou a trabalhar aos seis anos de idade, onde desempenhou vários ofícios: engraxate, auxiliar de marceneiro, auxiliar de barbeiro, alfaiate e balconista de bar. Como sua vida no trabalho estava exigindo que se dedicasse em período integral, aos nove anos de idade parou de estudar no terceiro ano do curso primário. Somente aos dezessete anos ingressou no antigo curso de madureza (atual supletivo), por insistência dos fregueses do Bar Bidu, na Rua Líbero Badaró, onde trabalhava como cozinheiro, pois achavam que Florestan era muito inteligente devido aos comentários sobre História, Política e a leitura da realidade que fazia. Vendedor de produtos farmacêuticos, Florestan, em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP). Neste momento, ele dizia que o Vicente começou a morrer e sobreveio o Florestan. Obteve a licenciatura em 1943 - ano em que o jornal O Estado de São Paulo publicou o seu primeiro artigo. Em 1944, casou-se com Myriam Rodrigues Fernandes, com quem teve seis filhos. Nesse ano, tornou-se assistente do professor Fernando de Azevedo, na cátedra de Sociologia II. Obteve, então, o mestrado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1947 com a dissertação A organização social dos tupinambá e concluiu o doutorado pela FFCL em 1951, com a tese A função social da guerra na sociedade tupinambá, sob a orientação do professor Fernando de Azevedo. Nas obras em que defendeu, Florestan constrói a estrutura da tribo dos Tupinambá, já desaparecida na época, por meio de documentos de viajantes. Concluído o doutorado, Florestan passou a livre-docente da USP na cátedra de Sociologia I, e posteriormente, tornou-se catedrático (equivalente a professor titular hoje, mas numa estrutura em que a hierarquia era muito mais rígida). Devido ao seu engajamento na universidade, foi perseguido pela ditadura militar e foi cassado com base no Ato Institucional nº 5. Fugiu então em exílio, em 1969, para o Canadá, aonde assumiu lugar de professor de Sociologia na Universidade de Toronto. Faleceu em São Paulo aos 75 anos de idade, vítima de embolia gasosa maciça (presença de bolhas de ar no sangue), seis dias após submeter-se a um transplante de fígado. Ele estava revisando os originais de seu último livro, A contestação necessária – retratos intelectuais de inconformistas e revolucionários, uma coletânea de biografias de amigos e heróis. Eleito deputado federal duas vezes pelo Partido dos Trabalhadores, ele manteve coerência com seu pensamento e obra, e, se destacou na defesa da escola pública e do projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Devido à sua crítica ao governo militar, a sua ligação a movimentos sociais e organizações políticas de esquerda e a luta pela educação pública.
terça-feira, 22 de julho de 2008
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