terça-feira, 25 de maio de 2010

Maria Eugênia e NOITES DE OUTONO


Eram enamorados pela vida. Nas noites de outono agasalhavam-se bem, colocavam as cadeiras na calçada e juntinhos ficavam horas conversando, emoldurados pelo o brilho da lua.
O vento, suavemente, fazia um trajeto sutil, querendo
mudar o rumo para não atrapalhar o doce encantamento.

Que falavam dias a fio, noites adentro, de mãos dadas?
O que sussurravam, se o próprio vento não ousava espalhar?
Deveras seriam juras de amor.

Em uma noite de outono, a lua começou a despontar no céu. O vento, suavemente, fez um trajeto sutil, mas as cadeiras não estavam na calçada. Não havia conversas, nem juras de amor.
Parecia estranho, depois de tantos anos...

Por toda a cidade correu o boato que a lua brilhou menos naquela noite, e que o vento não mudou seu rumo e assoviou forte, muito forte, levando com ele as folhas amareladas que jaziam na calçada.

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